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terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Livro "Manual do Investidor Completo"


MANUAL DO INVESTIDOR COMPLETO
Um Guia Prático para Organizar suas Finanças e Investir com Segurança

 

O Manual do Investidor Completo é um guia essencial para quem busca independência financeira, oferecendo uma abordagem prática e acessível para todos, desde iniciantes até investidores que desejam aprimorar seus conhecimentos. O livro orienta o leitor desde a organização das finanças pessoais até a construção de uma carteira diversificada, ajustada ao seu perfil de risco e objetivos financeiros. Trata-se de um recurso indispensável para aqueles que desejam aprender a investir de forma consciente e segura, com base em fundamentos sólidos e exemplos práticos.

Este livro foi concebido após o sucesso de O Investidor em Ações de Dividendos, que reuniu a vasta experiência dos autores como pesquisadores e investidores. Após o lançamento, muitos leitores solicitaram um conteúdo mais introdutório, explicando o ponto de partida para quem deseja começar a investir. Assim, surge o Manual do Investidor Completo, que oferece uma visão abrangente do mercado financeiro e as ferramentas necessárias para que você se torne um investidor bem-sucedido.

Ao longo do livro, você encontrará orientações claras sobre como definir seu perfil de investidor, criar uma reserva de emergência, diversificar seus investimentos e monitorar sua carteira. Além disso, o livro desmistifica os principais mitos sobre o mercado financeiro, ajudando você a tomar decisões mais precisas. A abordagem prática e os exemplos concretos transformarão o leitor em um investidor mais consciente e preparado para os desafios do mercado.

Escrito por dois autores com ampla experiência teórica e prática, o Manual do Investidor Completo combina o melhor da teoria com a prática do mercado. Renomados por sua expertise, os autores trazem uma abordagem realista e aplicável a diferentes perfis de investidores. Esta obra oferece as bases essenciais para qualificar a jornada de qualquer pessoa no mundo dos investimentos, garantindo segurança e sucesso. Seja você um novato ou alguém com experiência, este livro é o recurso definitivo para se tornar um investidor completo.

Conheça já o livro, disponível nos formatos ebooks e físico na Amazon: https://amazon.com.br

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quinta-feira, 7 de março de 2024

Livro: O Investidor em Acões de Dividendos

Você conhece o livro O INVESTIDOR EM AÇÕES DE DIVIDENDOS?

Neste vídeo o pessoal do TC School fez uma resenha do livro. A seguir a chamada:

Já pensou em ter um livro sobre investimentos com as melhores explicações práticas e comprovações científicas para você se tornar um investidor bem sucedido? Agora você tem um! O professor Felipe Pontes, Diretor Educacional do TC, e o professor Orleans Martins, Head do TC Labs, uniram-se para nos prestigiar com essa obra: "O Investidor em Ações de Dividendos".


O Investidor em Ações de Dividendos aproxima teoria e prática com mais de 200 exemplos e casos reais do mercado brasileiro. Baseado na experiência dos autores, o livro destaca-se por sua abordagem totalmente voltada ao cenário nacional, oferecendo um conteúdo prático e didático sobre a estratégia de Dividend Investing focada em ações de empresas sólidas e boas pagadoras de dividendos. Desde os aspectos legais e técnicos dessas ações até a aplicação de técnicas de seleção e valuation de empresas, o leitor encontra um guia completo para investir com segurança e conhecimento.

Esse best-seller da Amazon.com.br já alcançou o 1º lugar em diversas categorias, como “Avaliação da Educação” e “Finanças em Teoria da Educação”, e foi o “nº 1 mais presenteado”. Com uma avaliação média de 4,7 estrelas e mais de 600 avaliações máximas (5 estrelas), é uma leitura indispensável para quem busca se aprofundar nessa estratégia.


Opinião dos Leitores

“Os professores Orleans Martins e Felipe Pontes detalham bem a performance superior das ações de dividendos no livro O Investidor em Ações de Dividendos.” 

– Thiago Nigro (Primo Rico), influenciador e CEO do Grupo PRIMO

“Um livro que só fala de dividendos; para eu entender, eu não sabia o que era um dividendo!” 
– Márvio Lucio (Carioca), humorista e apresentador do Ticaracaticast

"Parabéns pelo excelente trabalho! Um livro que realmente vale a pena e que já estou recomendando para meus alunos. Sucesso!" 
– Eliseu Martins, professor e referência em Contabilidade no Brasil

“Parabéns ao Orleans e ao Felipe pela obra criada! Leitura nacional, de qualidade, mostrando a nossa realidade, e que certamente ajudará muitos investidores. Nota 10!” 
– Zé do Clube do Pai Rico, educador financeiro

O Investidor em Ações de Dividendos será o seu verdadeiro grito de independência!” 
– Pedro Albuquerque, investidor e fundador da TC Investimentos

“Este ouro que fala de investimentos em ações de dividendos.” 
– Josiane Haese, professora e palestrante

“Felipe e Orleans conseguiram reunir nesse livro os principais conceitos e filosofia de um investidor de longo prazo. Livro muito bem escrito e fundamentado.” 
– Vanessa Martins, educadora financeira e fundadora do SaldoInvest

“Este livro é diferente de tudo que você já leu sobre investimentos no Brasil. Que livro, senhoras e senhores, do tipo que você se arrepende de não ter lido antes, dada a quantidade de aprendizado que você ganha.” 
– André Sekunda, professor e pesquisador na área de finanças

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Ações Pagadoras de Dividendos - Investir na Bolsa

Palestra sobre Ações Pagadoras de Dividendos

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sexta-feira, 29 de junho de 2018

TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO: fuja desse mal!


Fui roubado sabendo!

Mas não é de hoje que alertamos que Título de Capitalização, na prática, NÃO É INVESTIMENTO! Algo que rende menos do que a poupança, que já é uma das piores alternativas, não deveria ser considerado como meio de "capitalizar" seu patrimônio.

Acontece que inúmeros bancos ainda forçam seus gerentes a cometerem o CRIME de "enfiarem" isso goela abaixo de seus clientes. Uma prática recente tem sido usar isto como "garantia" de aluguel.

Recentemente fui obrigado a adquirir um, caso não tivesse um fiador com imóvel próprio e quitado na cidade para "garantir" meu aluguel (o que, além de ser raro de encontrar, é quase inaceitável para qualquer um). Para piorar, após 1 ano com meu dinheiro preso a este "troço", recebi exatamente o "mesmo valor nominal" empregado 1 ano atrás. Ou seja, meu dinheiro ficou "parado no tempo". Na pior das hipóteses, meu custo de oportunidade foi de pelo menos 10% a.a. Isto é: fui roubado sabendo! Mas eu não tinha alternativa.

Como diz um amigo:

"Reza a lenda que quem vende título de capitalização vai para o inferno!" (Felipe Pontes, 2018).

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sábado, 9 de dezembro de 2017

Banco ou Bitcoin


Mas afinal, o que cargas d'água é essa tal de Bitcoin?!

Ganhando cada vez mais adeptos nos últimos anos, especialmente tendo apresentado um crescimento vertiginoso em 2017, a Bitcoin ganhou atenção especial até da Netflix, que lançou este ano um documentário especial para contar um pouco de sua história.

Como explicado um dos diversos sites especializados (Mercado Bitcoin, este no Brasil):

"Bitcoin é uma forma de dinheiro, com a diferença de ser digital e não ser emitido por nenhum governo. Para transações online, é a forma ideal de pagamento, pois é rápido, barato e seguro. É uma tecnologia inovadora."

Trata-se de uma moeda, como o Real ou o Dólar, mas esta é virtual. Alguns investidores já a consideram como alternativa de investimento, haja vista sua grande valorização, especialmente no passado recente. Vejam o gráfico da variação de seu valor em dólar:


Para quem tem interesse em obter mais informações sobre esta moeda, sugiro que assistam ao documentário da Netflix: "Banco ou Bitcoin". O mesmo trás informações desde o surgimento, passando pelo seu uso como moeda alternativa à compra de drogas na internet, à tentativa do governo dos Estados Unidos à regulamentá-la, até a prisão de alguns envolvidos em sua criação.

Mais informações sobre o documentários AQUI.

Apesar das minhas restrições à esta moeda, sugiro que assistam o documentário, uma vez que é esclarecedor e trata de um tema em crescente relevância no mercado financeiro.

Observação: deixo claro que não estou sugerindo a consideração desta moeda como alternativa de investimento, até mesmo porque não a vejo assim. Em minha opinião, hoje ela é mais carregada de expectativa e especulação, do que de valor.

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sexta-feira, 8 de abril de 2016

Preço da Ação, Disclosure e Assimetria de Informação: O Caso OGX


No último número da Revista Universo Contábil consta uma de minhas pesquisas sobre assimetria de informação, desenvolvida com os professores Luiz Felipe Pontes de Araújo Girão e Edilson Paulo.

Preço da Ação, Disclosure e Assimetria de Informação: O Caso OGX

Resumo
Este estudo investigou a relação entre o preço da ação, a divulgação de informações corporativas e a probabilidade de negociação com informação privilegiada (PIN) da OGX entre os anos de 2008 e 2014. Para isso, apoiou-se em uma revisão de literatura sobre os reflexos da disclosure e da assimetria de informação sobre o preço da ação, analisando 1.631 dias de negociação por meio de modelos de microestrutura de mercado, correlação e regressão. Nos resultados, verificou-se que o índice de disclosure apresentou relação negativa com o preço e não afetou a assimetria de informação. Quanto à cada tipo de informação, o preço foi positivamente afetado pelas notícias no site da empresa e comunicados ao mercado, e negativamente pelos fatos relevantes e formulários ICVM 358. Já a assimetria de informação foi influenciada positivamente apenas pelas informações financeiras trimestrais. Ainda, observou-se que o mercado precificou a PIN apenas até meados de 2011, quando houve uma quebra estrutural na variável preço.

O trabalho na íntegra pode ser obtido AQUI.

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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Site Faz Torcedor Investir em Futebol


Você sabia que pode se tornar um investidor de futebol? O Panela FC, site lançado no início deste mês, permite que qualquer um compre cotas de alguns jogadores pelo país. O detalhe que chama a atenção de interessados (tanto clubes que podem ser parceiros quanto prováveis investidores) é o preço das "mercadorias". Para se ter uma ideia, Henrique, artilheiro do Brasileirão, que disputa a Série A, é mais barato do que o volante Jonas, destaque do Sampaio Corrêa, que disputa a Segundona.

Caso o Palmeiras opte por adquirir os direitos econômicos do camisa 19 em definitivo, o custo da operação será de R$ 2 milhões. Para comprar Jonas pelo site, o valor estipulado é de R$ 3,5 milhões. Em setembro, ele chegou a ser especulado no Corinthians por menos do que isso. Outra base de comparação fica por conta de Matheus, lateral do Grêmio Barueri. Disputando a Série D, ele vale R$ 1,5 milhão.

A precificação dos atletas é o que mais assusta os interessados. O diretor-executivo do site, Diego Fernandes, explica que quem define o valor é o clube parceiro. Sua empresa fatura 20% da movimentação feita entre clube e investidor.

"O valor dos atletas é sempre definido pelo clube. Tem uma coisa que vamos deixar claro: não inventamos a roda. Há um ramo de negócios que já existe e estava fechado para meia dúzia de pessoas, agora, todo torcedor tem direito. Os atletas têm o mesmo preço do mercado, esse é o preço. Temos uma preocupação muito grande em precificar bem, porque isso define o lucro da venda futura", explica.

O problema do alto preço é que um atleta que esteja definido, por exemplo, com o valor de R$ 3,5 milhões, só gerará lucro caso seja vendido por mais do que isso. E o site, por enquanto, trabalha com clubes de menor expressão no cenário nacional, como Gama, Piauí, Horizonte, Grêmio Barueri, CSA e Potiguar. Há a promessa de que clubes argentinos entrem no negócio e aumentem a gama de times internacionais, que, hoje, conta com portugueses.

O plano de Diego é seguir as conversas com clubes grandes para que jogadores com grande talento possam ficar por mais tempo no país.

"Hoje, o futebol vive um momento delicado. Veja quantos times estão devendo salário, quantos não cumprem o que prometem, vários sem patrocinadores e com dificuldades em geral. Por isso, o site pode ajudar o futebol brasileiro. Imagina se o São Paulo fosse nosso parceiro e conseguisse vender o Lucas para o seu torcedor. Ele poderia ficar por mais um tempo aqui antes de sair", completou.

"Mas sabemos que a política em clubes grandes é muito complicada, por isso encontramos algumas dificuldades", finalizou.

Problemas com a Lei

Amparados por Gislaine Nunes, famosa advogada do meio do futebol, Diego e seus companheiros de trabalho acreditam não enfrentar problemas com a Fifa, que determinou que investidores não podem ser donos de direitos econômicos, tampouco com a possibilidade da ilegalidade de a ação ser encarada como uma bolsa de valores.

"A Fifa critica o fato do monopólio. E a gente não vai fazer isso. Cada pessoa poderá comprar apenas R$ 5 mil de cada atleta. E não funcionamos como bolsa de valores, nós apenas demos liquidez a algo que já existe. Porque, de acordo com as leis do mercado brasileiro, um empresário pode comprar e o torcedor não?", afirmou.

Reportagem da Exame, no entanto, entrevistou  especialistas em direito esportivo internacional, como Eduardo Carlezzo. Ele afirmou que há irregularidade na captação de recursos sem registro na Comissão de Valores Mobiliários.

No caso da Fifa, a entidade máxima do futebol dá o prazo de adequação de até quatro anos para que clubes e atletas se adequem à nova norma. 

Fonte: UOL Esportes.

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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Avanço em Governança Corporativa é Indiscutível, diz CVM


Os avanços nas questões de governança corporativa são "imperativos" no mundo de hoje, para o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Leonardo Pereira. "Acredito que os avanços daqui para frente serão imperativos, pois a inovação e a complexidade de produtos não irá parar, e as mudanças que podem impactar os mercados precisam ser bem entendidas e gerenciadas. O aperfeiçoamento da governança é o que permite que isso aconteça", disse ele durante congresso do IBGC, em São Paulo.

Para que isso tudo ocorra, segundo Pereira, a coordenação entre os diversos agentes do mercado deve ser forte, priorizando discussões sobre os temas e propondo soluções de forma conjunta. Assim, as soluções para temas complexos e sensíveis virão mais rapidamente e mais firmes, de acordo com ele.

"Com a iniciativa dos grupos de interagentes há uma melhor chance de construir alternativas que sejam vistas como soluções adequadas e tomadas de forma menos conflituosas", observou.

Pereira destacou que o tema de governança sempre esteve na agenda da autarquia, que tem como uma das prioridades trabalhar para assegurar construções de estruturas de governança mais fortes. "As diversas crises, grandes ou não, sistêmicas ou não, que afetaram de alguma forma o nível de confiança no mercado nos últimos tempos, começaram devido a questões de governança", afirmou.

Pereira destacou que melhorar é um desafio, mas que é fundamental para que o país tenha um mercado de capitais mais sólido e que continue crescendo em bases sólidas. "É um círculo virtuoso que precisamos seguir, a CVM reforçou sua missão estratégica de ser zeladora do mercado de capitais. A CVM tem compromisso de ser observadora atenta nesse processo", garantiu.

Apesar de ter apontado os desafios, o executivo reconheceu as melhoras do mercado. "Não há dúvida do avanço imenso que houve no campo da governança corporativa no Brasil nos últimos 15 anos. Temos benchmarks, e o Novo Mercado é um bom exemplo disso", observou.

Educação financeira

Pereira comentou também que está dentre as prioridades da CVM a questão de educação financeira e proteção ao investidor. "Estamos acompanhando todos os movimentos que existem no mercado, vamos inclusive fazer um seminário específico para discutir proteção ao investidor agora em dezembro, no Rio", destacou.

"Se olhar o calendário de atividades da SOI, área responsável pela orientação dos investidores, ele está pesado. Houve vários eventos, inclusive fora do Rio e de São Paulo. Uma das nossas prioridades é justamente a questão de proteção ao investidor", acrescentou. 

Fonte: O Estadão.

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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Empurrão Contábil no Lucro da Petrobrás


Uma mudança na contabilidade da Petrobrás, adiando os efeitos da desvalorização do real, elevou em quase R$ 8 bilhões os ganhos da empresa no segundo trimestre, divulgados sexta-feira. O lucro líquido de R$ 6,2 bilhões superou o previsto pelos analistas, mas as cotações dos papéis da estatal oscilaram muito na Bolsa ontem. Eliminados os efeitos tributários, o lucro teria sido uma fração dos R$ 7,69 bilhões do primeiro trimestre.

A alteração contábil é permitida, mas as consequências não estão mensuradas. Em entrevista, ontem, o diretor financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, admitiu que a mudança poderá justificar aumento de R$ 600 milhões em dividendos às ações ordinárias. Como a União é a controladora, será a maior beneficiária. A estatal espera que a mudança contábil ajude a captação externa, mas, por ora, isso é difícil de avaliar. A empresa captou US$ 15,1 bilhões neste ano e não precisa de mais dinheiro em 2013.

Houve aspectos positivos no balanço, como a diminuição da importação de derivados em relação ao primeiro trimestre. O programa de eficiência no refino gerou ganhos de US$ 1,2 bilhão e o de redução de custos operacionais deverá gerar economia de R$ 3,8 bilhões, no ano.

Mas os resultados do segundo trimestre dependeram da venda de ativos na África para o Grupo BTG, com ganho líquido de R$ 1,9 bilhão. Dois investimentos no Golfo do México foram vendidos por R$ 250 milhões. E a Petrobrás está operando com alavancagem crescente - a relação entre a dívida líquida e a capitalização líquida já chegou a 34%, próxima do teto definido pela estatal, de 35%.

A ameaça de desequilíbrio aumentará enquanto os preços dos combustíveis não forem reajustados, disse Barbassa. No primeiro trimestre, os prejuízos na área de abastecimento provenientes da venda subsidiada de derivados aos consumidores finais foi de R$ 4,2 bilhões, caindo para R$ 2,5 bilhões no segundo trimestre. Os analistas se dividiram: Paulo Kovarsky e Diego Mendes, do Itaú BBA, não gostaram dos números; outros, do Credit Suisse, destacaram a estabilização dos custos de extração, em US$ 15 o barril.

É notória a dificuldade da gestão Graça Foster de sanear problemas velhos, entre eles o custo da Refinaria Abreu e Lima, dívidas elevadas em moeda estrangeira, preços subsidiados, queda da produção e da exportação, prejuízos com a Refinaria de Pasadena, além da ameaça ao pré-sal - preços menores do bruto com a exploração do xisto americano.

Fonte: O Estadão.

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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Dono da Telexfree é Intimado a Depor



O inquérito policial aberto contra a Telexfree (Ympactus Comercial), no Espírito Santo, entra em uma fase decisiva. Na próxima terça-feira, o dono da empresa, Carlos Roberto Costa, prestará depoimento na Delegacia de Defraudações (Defa) de Vitória para explicar o modelo de negócios da empresa e qual ligação ela tem com a Telexfree INC, situada em Massachusetts, nos Estados Unidos [1].

É a primeira vez que a delegada responsável pelo caso, Glacimeri Gaviorno, vai ouvir o grupo. Com o depoimento, ela espera receber informações sobre o contrato da corporação localizada em Vitória com a companhia americana. “Não sabemos se a Telexfree tem realmente um contrato com a companhia dos Estados Unidos. Na verdade, não nos importamos com a situação da empresa lá no exterior. Queremos saber se aqui ela é uma pirâmide financeira”, explica.

A previsão é de que em duas semanas as investigações no Estado sejam encerradas. As informações que serão passadas por Costa serão cruciais para que a Defa e o Ministério Público, que acompanha o desenrolar do procedimento, decidam se vão denunciar a empresa por formação de pirâmide financeira.

Em diversos Estados do país, a Telexfree é acusada de executar o esquema Ponzi. No Acre, há uma ação civil pública contra a empresa aberta pela Promotoria do Consumidor. No processo, a companhia é acusada de cometer crime contra a economia popular e de causar prejuízo para pessoas que investiram, de boa-fé, seu dinheiro no negócio.

O Ministério Público do Acre pede à Justiça a extinção da empresa, a anulação dos contratos feitos com os divulgadores e a devolução do dinheiro aplicado às pessoas que ainda não conseguiram recuperar o que investiu.

As contas bancárias, bens da empresa e de seus sócios, realização de adesões e o pagamento dos divulgadores estão bloqueados pela Justiça há duas semanas. A intenção é ressarcir as vítimas da suposta fraude. Lá no Acre também há um inquérito criminal instaurado pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

O inquérito

Com seis volumes, o inquérito da Defa contra a Telexfree reúne dados coletados não apenas no Espírito Santo, mas também por Ministérios Públicos de outros Estados.

Parte da petição e da medida cautelar apresentada que tramita no Acre, por exemplo, está unida às provas contra a empresa. Há também informações dos procedimentos criados no Mato Grosso, onde pessoas venderam casas, joias e carros para se tornarem associadas à empresa.

A delegada Glacimeri explica que uma das questões que a empresa deverá esclarecer é o local de moradia dos outros sócios: Carlos Nataniel Wanzeler e James Merrill. Os dois também são donos da Telexfree INC, de acordo com a unidade de Corporativa de Massachusetts.

“Chegou o momento de ouvir o responsável pela empresa. Já escutamos várias pessoas. Não conseguimos intimar os outros sócios, pois eles não estão no Brasil. Por isso, queremos saber qual é a residência fixa deles”, diz.

Em diversas entrevistas a jornais e em vídeos na internet, a Telexfree se defende, afirmando ser uma empresa legítima de marketing multinível. Carlos Roberto Costa, na web, explica que a empresa está totalmente regularizada [2].

A Telexfree disse que não vai se pronunciar sobre o assunto.

MP: sai hoje lista das pirâmides

A Associação do Ministério Público do Consumidor (MPCON) vai divulgar hoje a lista das sete empresas acusadas de ser pirâmides financeiras. Também deve sair hoje o inquérito cível do Ministério Público do Rio Grande do Norte contra quatro empresas do setor de marketing multinível.

Divulgador da BBom terá de adotar padrão

Investigada em diversos Estados por formação de pirâmide financeira, a BBom vai repassar aos seus associados um modelo padrão para a divulgação do negócio.

A BBom promete retorno mensal de R$ 160 a R$ 800 a pessoas que investem de R$ 600 a R$ 3 mil na compra de pacotes com 4, 12 ou 20 rastreadores de veículo e de pessoas. O associado ganha dinheiro disponibilizado os equipamentos em espécie de comodato para clientes interessados em monitorar seu veículos, filhos ou familiares.

Os associados também são remunerados ao recrutar outras pessoas para o negócio [3]. Para conseguir muitas indicações ao negócio, alguns divulgadores da BBom, assim como ocorreu com a Telexfree, tem prometido ganho fácil e rápido ao investidor.

Segundo o diretor de marketing da empresa, Ednaldo Bispo, muitos associados têm rompido o contrato ao realizar essas promessas.

“Tem gente com ânsia para ganhar dinheiro que faz coisa que não permitimos. No nosso contrato, deixamos claro que não aceitamos que a pessoa pegue empréstimos, venda bens ou use suas economias para entrar na BBom”, diz.


[1] Objetivo é comprovar se a empresa pratica o chamado "esquema de pirâmide financeira", onde os ditos "divulgadores" são remunerado com a entrada de novos integrantes. Com ele, aqueles que entram antes no negócio (topo da pirâmide) conseguem bons retornos, enquanto aqueles que entram por último (base da pirâmide), que são a maioria, ficam com o prejuízo, pois não conseguem recuperar o investimento.
[2] É comum encontrar pessoas que defendem esse esquema justificando que estão obtendo retorno. Isso é comum para aquela minoria que entrou na pirâmide mais cedo. No entanto, os órgãos públicos devem resguardar os direitos de todos (inclusive da maioria que pode vir a ser lesada).
[3] Ganhos por meio do "recrutamento" de pessoas é um dos principais indícios de pirâmide financeira, pois o "produto" ofertado pela empresa passa a ser a fonte secundária (e não prioritária) de retorno.


Fonte: A Gazeta.

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sábado, 1 de junho de 2013

Entenda o Que São os "Hedge Funds"


Os chamados "hedge funds" estão entre as aplicações financeiras mais agressivas disponíveis no mercado de capitais. Em geral, o gestor de um fundo de investimento precisa perseguir algum índice de referência. Nos fundos de renda variável, em regra, é o índice Ibovespa. Nos fundos cambiais, a cotação do dólar comercial. Nos "hedge funds", a principal meta do gestor é conseguir o maior retorno possível para os recursos aplicados, aplicando nos mais diversos ativos financeiros: moedas, ações de mercados emergentes, ou títulos de dívida pública que rendem a juros altos, como no Brasil.

"Muitos 'hedge funds' procuram investir em todos os tipos de mercado, com o uso de alavancagem e outras práticas de investimento especulativas que podem aumentar o risco de perdas das aplicações", sintetiza o SEC, o órgão responsável pela fiscalização do mercado de capitais nos EUA.

Os conceitos chave para entender os "hedge funds" são, portanto, "agressividade", "risco elevado" e, principalmente, "alavancagem": a prática de tomar recursos no sistema bancário para aumentar (alavancar) a aposta numa operação financeira, buscando maximizar os ganhos.

Os "hedge funds" são voltados para investidores ricos e sofisticados, e como regra geral, são caracterizados pelo sigilo de suas aplicações e pela regulamentação "tímida". Eles ganharam as manchetes de jornais, no entanto, na final da década de 90 com a quebra do famoso "Long Term Capital Management" (o "LTCM", como ficou conhecido à época).

Um dos maiores "hedge fund" da época, o LTCM desabou sob o peso de um rombo de US$ 9 bilhões. Com a grife de dois prêmios Nobel de Economia em seu quadro societário (Robert C. Merton e Myron Scholes), o LTCM fazia aplicações arriscadas em mercados emergentes, propiciando a seus investidores retornos superiores a 40% entre 1995 e 1996. [1]

A crise da Rússia, que decretou uma moratória em 1998, pulverizou as operações do LTCM, que viu seu capital minguar de US$ 4,6 bilhões para US$ 600 milhões entre janeiro e setembro daquele ano. Para impedir que as perdas do LTCM se espalhassem pelo sistema bancário, o Federal Reserve (banco central dos EUA) coordenou uma operação de resgate, em que 16 bancos injetaram US$ 3,75 bilhões para manter o "hedge fund" respirando, até que ele voltasse a propiciar retornos positivos a seus investidores.

Como se revelou depois, esse desempenho era baseado numa pesada alavancagem: para cada dólar de investimento recebido, o LTCM tomava US$ 20 de empréstimos de grandes bancos para manter suas operações em dia.


[1]  Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel em 1997 pelos seus estudos sobre o mercado de ações, em particular no desenvolvimento da fórmula de Black-Scholes (em que Black é o economista Fischer Black, já falecido no momento da premiação).


Fonte: Folha de São Paulo.

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quinta-feira, 28 de março de 2013

IBGC Incentiva Assembleia por Internet e Presença da Mídia



O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) por meio de seu caderno de boas práticas para assembleias de acionistas incentiva a transmissão on-line (em tempo real) pela Internet dos demais sócios e participação da imprensa nas reuniões.

Como exemplo dessas boas práticas, ontem o IBGC transmitiu pela Internet a 1.500 associados ativos e abriu presença à imprensa em sua assembleia geral ordinária referente à prestação de contas do exercício de 2012.

"Os associados que estão assistindo à assembleia pela Internet não poderão votar, nem apresentar questões a assembleias. O associado que assiste à assembleia pela Internet assinou que concorda em zelar pelo sigilo da transmissão, tomando as providências para que terceiros não participem a distância do conclave [votação]", informou a presidente do IBGC, Sandra Guerra, seguindo as orientações do caderno de boas práticas.

Segundo a legislação da CVM, em uma assembleia geral ordinária só é permitido que votem os acionistas que estiverem presentes, ou por meio de procuração, mas ainda não é permitido o voto pela Internet.

Segundo a recomendação do 8° caderno do IBGC, ter a presença da imprensa em assembleias gerais de acionistas pode ser entendido como uma medida de boa governança baseada no compromisso com a transparência e o respeito à liberdade de imprensa. "Convidar jornalistas a participar como ouvintes de Assembleias Gerais Ordinárias (AGOs) pode ser uma medida de vanguarda nas práticas de boa governança corporativa", diz o texto da orientação.

No Brasil, ainda não há a prática das companhias abertas convidarem veículos de imprensa para participarem como ouvintes em assembleias. Vale lembrar que recentemente veículos de comunicação, por não serem convidados para assembleias de empresas de capital aberto, se utilizaram da compra de ações para participarem das reuniões.

Mas a prática não é recomendada por questões éticas e de credibilidade da profissão do repórter, e pode ser questionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para evitar o vazamento de informações privilegiadas que possam influenciar o mercado, antes da publicação da ata da assembleia aos demais acionistas.

Ainda segundo o caderno do IBGC, para motivar a participação de acionistas e despertar o interesse de novos investidores, recomenda-se que a assessoria poderá enviar material da companhia que já seja público e que não esteja protegido por sigilo e que tenha relação com o tema a ser cuidado nas deliberações.

"Depois da Assembleia, a assessoria poderá levar aos meios de comunicação os fatos importantes e relevantes resolvidos na reunião assembleia e, por meio do porta-voz, torná-los de conhecimento do público em geral e dos acionistas que não participaram, assim como propiciar o esclarecimento de dúvidas", diz a orientação.
Grupo RBS

Ontem, antes da realização da assembleia geral ordinária do IBGC, o presidente do conselho de administração do Grupo RBS, Nelson Pacheco Sirotsky, contou aos presentes como foi a evolução das boas práticas de governança corporativa ao longo dos 57 anos da companhia.

"O processo de sucessão e a entrada do fundo Gávea Investimentos foram fundamentais para a cultura de profissionalização. Somos uma empresa fechada com práticas de governança corporativa de companhias abertas", afrimou Nelson Sirotsky.

Segundo dados fornecidos por Sirotsky, o fundo de private equity (capital empreendedor) Gávea Investimentos possui 12% do capital do Grupo RBS, formado por emissoras de TV e rádio, jornais e veículos de Internet.

A RBS registrou R$ 1,8 bilhão de faturamento bruto em 2012, e lucro antes de impostos, taxas, depreciações e amortizações (Ebitda) de R$ 250 milhões. O grupo realizou investimentos de R$ 150 milhões em 2012 e pretende investir R$ 750 milhões nos próximos 5 anos, ou seja, até 2017.

Entre as práticas de governança corporativa adotadas pela RBS, a instituição possui Conselho de Administração separado da Diretoria Executiva, Acordo de Acionistas, Conselho de Acionistas, Assembleia de Acionistas, Conselho e Assembleia da Família com 64 membros.

"Nosso Conselho de Administração possui membros independentes, e a Gávea Investimentos é representada por Luiz Henrique Fraga, sócio de Armínio Fraga. A parceria é perfeita. A sucessão foi feita de forma profissional", disse.

Fonte: DCI – SP.

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sexta-feira, 22 de março de 2013

Sociedade Anônima versus Sociedade por Ações


Por Rodrigo B. Fontoura


As iniciais S.A, desde sempre, significam para o mundo empresarial a abreviação da expressão Sociedade Anônima, correto? Isso é o que pelo menos 80% das pessoas, entre leigos, empresários e operadores do direito sempre tomaram como verdade absoluta. Ao abrir o texto da Lei nº 10.406, de 2002, acadêmicos de direito vislumbram a expressão Sociedade Anônima como se estivessem lendo o projeto de 1975, que originou o atual Código Civil Brasileiro. Eu mesmo, ao ler o atual Projeto de Lei nº 1.572, de 2011, que dispõe sobre o projeto do novo Código Comercial, tive sensação parecida: Lá estava, brilhante qual ouro de tolo, a expressão Sociedade Anônima, utilizada com o peculiar desapego dos práticos e postada incólume sobre a letra fria da lei. Muito bem. Minha intenção neste artigo é demonstrar em um silogismo simples que as Sociedades por Ações substituíram as Sociedades Anônimas, para fins de boa-fé e de ética social, como tipo societário titular da expressão S.A, apesar do costume integrado pelo uso cotidiano.

No início dos anos 90, entre as situações "imexíveis" do outrora ministro neologista e a inusitada atuação dos "caras-pintadas", o governo do então presidente Fernando Collor de Mello promulgou a Lei nº 8.021, de 1990, que dispôs, entre outras coisas, sobre a vedação ao pagamento ou resgate de qualquer título ou aplicação, bem como dos seus rendimentos ou ganhos, a beneficiário não identificado. Referida lei, outrossim, mudou o então vigente artigo 20 da Lei nº 6.404, 1976, instituindo a obrigatoriedade das ações, na condição de valor mobiliário representativo do capital social das empresas, passarem a ser nominativas. A citada lei, ainda, demandou a seguinte imposição: "As sociedades por ações terão um prazo de dois anos para adaptar seus estatutos ao disposto no artigo anterior."

Deste modo, a emissão de títulos ao portador, inclusive e principalmente ações, conforme depreende-se do texto legal acima mencionado, foi expressamente vedada pela legislação. Na prática, desde 1990, a emissão de ações ao portador foi terminantemente proibida, passando todas as ações de emissão das sociedades a serem nominativas, isto é, em cuja face deveria constar o nome do seu titular.

A expressão anônima não mais descreve a natureza das sociedades por ações

Isso, à época, acabou por conciliar dois interesses: o interno, no Brasil, que era o de identificar os contribuintes para fins fiscais; e o externo, no exterior, que era o de combater a lavagem de dinheiro e o financiamento de atos ilícitos - leia-se o financiamento de guerrilhas ou o fomento à constituição de governos de caráter socialista - mascarado pelo anonimato de milhares de Sociedades Anônimas existentes pelo mundo. Tinha-se, com isso, um conceito de anonimato atrelado à ilicitude, seja em égide de evasão fiscal ou até mesmo de terrorismo.

Sem entrar no mérito do pano de fundo que norteou citados atos, o fato é que a condição de Sociedade Anônima exige, antes de tudo, anonimato. Nesse diapasão, assim são as Sociedades Anônimas do Panamá, as Safi - Sociedades Anônimas Financeiras de Investimento - uruguaias e até mesmo as offshores constituídas até 1994 em BVI, cujos títulos emitidos são efetivamente ao portador, ou seja, pertencem a quem as portar, e a ninguém mais.

Destarte, percebe-se que a expressão "anônima" efetivamente não mais descreve a verdadeira natureza das sociedades por ações. É por isso que a Lei nº 6.404, de 1976 denomina-se Lei das Sociedades por Ações, embora de seu texto não atualizado ainda conste a expressão Sociedade Anônima.

A verdade é que nos dias de hoje e, cada vez mais, o anonimato permanece como um conceito ligado à ilicitude, seja diretamente ou mesmo indiretamente, através dos chamados "laranjas". Prova de que isso tende a acabar é a criação das Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada, que vieram justamente para extinguir as sociedades proforma, constituídas apenas para cumprir formalidades legais. Desta feita, percebe-se essa tendência no próprio legislador, que busca corrigir as lacunas que deixou, evitando a perpetuação de seus erros.

Conceitos fundamentais e cada vez mais relevantes em nossa sociedade, como a boa-fé objetiva nas relações contratuais societárias e a função social da empresa, corroboram ainda mais com o sentimento de que, no mundo de hoje, não há mais espaço para atuar em anonimato. Sendo assim, por que insistir em manter-se uma denominação que virtualmente depõe contra o espírito atual de nossas companhias, como veículos de circulação de riquezas que conciliam suas atividades baseados no equilíbrio difícil, mas necessário, entre empreendedorismo e sustentabilidade?

Assim, substituindo-se a expressão Sociedade Anônima pela expressão Sociedade por Ações, entendo que as pessoas devam passar a se identificar com muito mais afinidade ao espírito da lei. Afinal, devemos todos os dias ser representantes da conduta de comissão e não da de omissão, em uma sociedade que deve prezar pela ação, e não pelo anonimato.

Fonte: Valor Econômico.

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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Conflito de Interesses - Parte I



O conflito de interesses é a questão central que inicialmente motivou os debates sobre governança corporativa. Basicamente, ele ocorre quando interesses secundários de uma pessoa envolvida em uma decisão podem divergir do interesse coletivo da companhia ao qual deve lealdade - seu interesse primário. Dentre os interesses secundários, incluem-se não apenas ganhos financeiros particulares, mas também potenciais vantagens de outra natureza, tais como aquelas decorrentes de relações pessoais com contrapartes envolvidas na decisão em questão. 

O conflito existe independentemente da influência efetiva do interesse secundário sobre a decisão final, o que tende a causar confusão sobre o tema. É comum, por exemplo, uma pessoa negar a acusação de estar sob conflito de interesses alegando não ter agido de forma imprópria ou antiética. Na verdade, porém, o conflito de interesses é uma situação anterior à decisão, que pode existir mesmo que não haja atos impróprios decorrentes da atuação do indivíduo conflitado. 

Tendo em vista a importância do tema, este artigo está dividido em duas partes. Nesta edição, o conflito de interesses será abordado do ponto de vista conceitual, enfatizando o tratamento recomendado pelos códigos de governança, a fim de mitigar seus impactos. Também discutiremos a existência de uma corrente jurídica no País denominada "substancial", que se posiciona contrariamente ao que as melhores práticas recomendam globalmente. 

Na próxima postagem referente a esse tema, procuraremos evidenciar que o conflito de interesses lida primordialmente com questões de natureza humana, indo muito além de um debate técnico-jurídico. No mundo empresarial, os problemas resultantes dos conflitos de interesses podem se manifestar em três âmbitos principais, conforme destacado no quadro acima. 

De acordo com as melhores práticas de governança, não há dúvida sobre como proceder em situações envolvendo conflito de interesses: praticamente todos os códigos determinam que as pessoas sujeitas a interesses conflitantes com os da organização em certas matérias se abstenham de participar das discussões e de votar durante sua deliberação. O quadro a seguir apresenta a visão de documentos de referência. 

Apesar da clareza das recomendações, poucas empresas brasileiras seguem o que é preconizado pelos códigos de boas práticas atualmente. Um trabalho recente que avaliou as 100 maiores companhias do mercado acionário** observou que apenas 4% e 16% das empresas possuem regras claras de forma a proibir que seus acionistas e administradores, respectivamente, votem nessas matérias. Como resultado, é muito comum administradores conflitados não apenas participarem ativamente das discussões sobre matérias nas quais possuem interesses conflitantes, como também votarem sem qualquer impedimento imposto pela companhia ou por sua própria consciência. 

No que concerne às assembleias de acionistas, emergiu no Brasil uma corrente jurídica que procura legitimar a possibilidade de o acionista votar mesmo quando sujeito a interesses conflitantes. Denominada de material ou substancial, essa corrente argumenta que o conflito de interesses deveria ser avaliado apenas após a decisão e que, portanto, ela deveria ser tomada com a participação de todos os acionistas, incluindo os conflitados. Além de fugir da lógica, já que a situação de conflito de interesses ocorre por definição ex-ante, deve-se destacar que parte dessa literatura se baseia em pareceres jurídicos, estando, portanto, sujeita a conflitos de interesses. 

De forma surpreendente, todavia, essa visão foi aceita como predominante por nosso regulador durante praticamente toda a década passada, vigorando de 2002 até o caso Tractebel, em 2010. 


Na próxima postagem referente a esse tema, apresentaremos resultados de trabalhos recentes — realizados por meio de experimentos com seres humanos — que refutam dois argumentos centrais por trás dos defensores da corrente "substancial" do conflito de interesses: 1) que conseguimos analisar as questões e decidir com neutralidade se assim o desejarmos, mesmo quando estamos sujeitos a conflitos de interesses; e 2) que a divulgação plena dos diferentes interesses envolvidos na matéria (o chamado full disclosure) constitui uma solução razoável para mitigar quaisquer potenciais problemas.

** Vilela, Renato. 2012. Conflito de Interesses nas Companhias de Capital Aberto e o Novo Padrão de Transparência do IFRS. Dissertação de mestrado defendida na Edesp-FGV.

Fonte: Revista Capital Aberto.

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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Entenda as Novas Mudanças na Poupança

Foi publicada nesta sexta-feira (4) no "Diário Oficial da União" a medida provisória editada pelo governo federal que altera as regras da poupança. Segundo a nova resolução, quando a taxa básica de juros for menor que 8,5% ao ano, o rendimento da caderneta será fixado em 70% da taxa Selic. A mudança só vale para os depósitos que forem feitos a partir desta sexta.

Com a alteração, o piso histórico de remuneração da mais tradicional modalidade de investimentos do país, de pelo menos 6% ao ano, que é assegurada desde 1861, poderá cair nos próximos meses, já que há uma tendência de queda na taxa de juros, hoje em 9% ao ano. Desde 1991, a poupança rende ao menos 0,5% ao mês (6,17% ao ano), mais TR.

O texto publicado diz que as instituições financeiras ficam obrigadas "a segregar, do saldo dos depósitos de poupança efetuados a partir da data de entrada em vigor desta Medida Provisória, o saldo dos depósitos de poupança de que trata o artigo 2º". "Os demonstrativos de movimentação da conta de poupança evidenciarão ao titular da conta, de modo claro, preciso e de fácil entendimento, os saldos segregados", afirma o texto da medida provisória.

Ainda de acordo com o texto, "a instituição financeira deverá disponibilizar o primeiro demonstrativo no prazo de até 30 dias contado da data de entrada em vigor da medida provisória".

"As instituições financeiras deverão adotar procedimento interno que assegure remuneração e evolução corretas dos saldos dos depósitos de poupança sob sua responsabilidade, podendo o Banco Central do Brasil requerer, a qualquer momento, informações sobre o procedimento adotado e sobre a remuneração e evolução dos referidos saldos", define a medida.


Perguntas e respostas:

Como é o rendimento da poupança hoje?
Hoje a poupança rende 6,17% ao ano mais a variação da TR. O investimento na caderneta não paga imposto de renda e pode ser sacado a qualquer momento.

E como vai ficar?
A poupança passa a render 70% da Selic mais a TR, sempre que essa taxa básica de juros estiver em 8,5% ao ano ou menos. A isenção do imposto de renda e a possibilidade de saque a qualquer momento continuam valendo.

O que são a TR e a Selic?
A TR é uma taxa calculada a partir da média de rendimento dos CDBs. Já a Selic é a chamada ‘taxa básica de juros da economia’, definida pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central. Hoje, está em 9%.



Quando a regra passa a valer?
As regras valem para o dinheiro depositado na caderneta a partir desta sexta-feira (4).

Mas a regra só vale se a Selic chegar em 8,5%, e agora está em 9%. Como funciona isso?
O dinheiro que for depositado a partir desta sexta vai render 6,17% mais TR, como na regra atual, até que os juros caiam. A partir daí, a remuneração do dinheiro depositado a partir do dia 4 muda.

E como fica o dinheiro que eu já tenho na poupança?
Para esse dinheiro, não muda nada. O que foi depositado na poupança até esta quinta (3), continua rendendo 6,17% ao ano mais TR, independentemente do valor da taxa Selic.

Quando eu fizer um saque de uma poupança que eu já tenho, como fica?
Os saques serão feitos prioritariamente do ‘dinheiro novo’, isso é, do que entrou na conta depois da mudança de regras. O ‘dinheiro antigo’, de antes da mudança, só sai da conta se o ‘dinheiro novo’ não for suficiente.

Por que o governo resolveu mudar as regras?
O objetivo é permitir a redução da taxa Selic. Como essa taxa é referência para as outras taxas de juros praticadas no país, a queda da Selic deve ajudar a reduzir os juros do crédito e incentivar o crescimento da economia.

O que a Selic tem a ver com a poupança?
Quando os juros caem, cai também o rendimento dos investimentos em renda fixa. Se a Selic cair mais, a renda fixa vai pagar menos que a poupança.

Qual o problema da renda fixa pagar menos que a poupança?
Se isso acontecer, os investidores tendem a sair da renda fixa e ir para a caderneta.

E por que o governo quer evitar a fuga da renda fixa?
A renda fixa ajuda a pagar as dívidas do governo. É como se o investidor estivesse emprestando para o governo. Se esse dinheiro ‘some’, o governo não tem como pagar suas contas.

E se os poupadores evitarem da poupança? Isso também gera problemas?
Segundo especialistas, se houver uma saída em massa da poupança também pode haver problemas. Isso porque o dinheiro da caderneta é uma das principais fontes de recursos para o financiamento da compra de imóveis. Se esse dinheiro “secar”, pode ficar mais difícil financiar um imóvel.

Fonte: G1.

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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mais de 25 Mil Pessoas Físicas Deixaram a Bolsa Neste Ano



Os pequenos investidores seguiram batendo em retirada da bolsa em novembro. Pelo sexto mês consecutivo, o total de contas de investidores pessoas físicas no mercado acionário caiu. De acordo com números da BM&FBovespa, o total de contas desse tipo de aplicador somou 585.190 no mês passado. Isso significa que, apenas em novembro, a bolsa perdeu 3.378 investidores. No fim de outubro, eram 588.568 contas.

Os dados sobre o acumulado do ano mostram um quadro ainda pior: a bolsa já perdeu mais de 25 mil contas de pessoas físicas, já que havia iniciado o ano com 610.915 cadastros.

No mês passado, o saldo líquido (aplicações menos resgates) das negociações de pessoas físicas com ações em bolsa terminou negativo em R$ 424,017 milhões. Com isso, no ano, até novembro, essa classe de aplicadores já retirou R$ 7,166 bilhões da bolsa.

O relatório da BM&FBovespa sobre as operações de novembro mostra ainda que a percepção de piora da crise na Europa em novembro - que fez o Índice Bovespa encerrar o mês com queda de 2,51% - levou os investidores a buscar nas operações de empréstimos de ações uma forma de obter ganho extra com os papéis.

O volume financeiro com aluguel de ações bateu recorde em novembro, ao somar R$ 67,30 bilhões. O total é 4,11% superior aos R$ 64,64 bilhões registrados em outubro. O número de operações também cresceu: foi de 122.983, ante 121.132 no mês anterior.

O empréstimo de ações é uma operação indicada aos investidores que não pretendem vender seus papéis no curto prazo, mas querem obter um rendimento extra com eles. O doador - o dono das ações - coloca o papel para alugar e recebe um retorno prefixado do tomador que varia de acordo com a procura pelo aluguel. Quem toma o papel emprestado acredita que ele vai cair e o vende no mercado, esperando recompra-lo mais barato na hora de devolvê-lo ao dono.

Os números revelam ainda que os investidores recorreram mais aos fundos de índices com cotas negociadas em bolsa, os chamados ETFs (Exchange Traded Fund) em novembro. O volume financeiro dos oito ETFs negociados na bolsa registrou recorde, ao atingir R$ 1,45 bilhão. Em outubro, o volume negociado foi de R$ 1,37 bilhão. O número de negócios com os fundos de índices também cresceu. Os oito ETFs totalizaram 86.037 transações no mês passado - crescimento de 19% ante os 72.352 registrados em outubro.

Os ETFs são fundos espelhados em índices e suas cotas são negociadas em bolsa, como ocorre com as ações. As aplicações são muito populares no mercado internacional e têm sido um dos veículos preferidos dos estrangeiros para investir nos emergentes. Ao comprar uma cota desses fundos, é como se o investidor estivesse adquirindo um pequeno clone de um indicador, com a vantagem de não precisar comprar cada papel na quantidade exigida pelo referencial.

Atualmente, são negociados oito fundos de índices na bolsa. O mais negociado é o Bova11, que espelha o Índice Bovespa. Os números mostram que esse ETF registrou volume de R$ 1,37 bilhão em novembro e 82.402 negócios.

O aquecimento do setor de fundos imobiliários está fazendo com que essas aplicações também ganhem espaço na bolsa. Os fundos imobiliários movimentaram R$ 78,54 milhões, um crescimento de 32% ante o volume financeiro registrado em outubro, de R$ 59,57 milhões. Já o número de negócios atingiu 7.812 no mês passado, levemente acima das 7.769 transações realizadas em outubro.

Fonte: Valor Econômico.

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A História de Uso de Informação Privilegiada no Caso Sadia-Perdigão




Dois ex-executivos da Sadia e um do ABN-Amro foram acusados de usar informações privilegiadas (insider trading) relativas à oferta da Sadia pelo controle acionário da concorrente Perdigão, em 2006, para lucrar no mercado financeiro. A união não deu certo na época e só se concretizou em 2009, quando foi a Perdigão quem comprou a Sadia, criando o conglomerado Brasil Foods.

Luiz Gonzaga Murat Júnior, que era diretor de Finanças e Relações com Investidores da Sadia; Romano Ancelmo Fontana Filho (sobrinho do fundador, Attilio Fontana), que era membro do Conselho de Administração da empresa; e Alexandre Ponzio de Azevedo, que era superintendente executivo de empréstimos estruturados do ABN-Amro, foram demitidos de seus cargos em virtude do caso.

A oferta da Sadia pela Perdigão ocorreu em 16 de julho de 2006, e o edital foi publicado no dia seguinte. Antes disso, Murat, Azevedo e Fontana Filho participaram das discussões e tratativas visando à elaboração da oferta ao mercado e obtiveram informações privilegiadas.

No dia 7 de abril de 2006, quando a proposta foi aprovada pelo conselho da Sadia, Murat fez a primeira compra de ações da Perdigão na bolsa de Nova York, adquirindo 15.300 ADRs (american depositary receipts) a US$ 23,07 cada. Em junho, sabedor da proximidade do anúncio do negócio, o executivo comprou mais 30.600 ADRs, elevando sua carteira para 45.900 ações, a US$ 19,17 cada papel. Cada compra ocorreu mediante informações privilegiadas que obteve sobre os andamentos da oferta da Sadia pela Perdigão, incorrendo duas vezes no crime de insider trading.

Fontana Filho incorreu quatro vezes no crime de insider trading, pois efetuou quatro operações de compra e venda mediante informações privilegiadas, antes da formalização da oferta oficial. O executivo comprou três lotes da Perdigão, totalizando 18.000 ações, na Bolsa de Nova York, por US$ 344.100, entre 5 e 12 de julho, poucos dias antes do anúncio da oferta. Ele vendeu todas as ações em 21 de julho de 2006, mesmo dia da recusa da Perdigão, mas antes que a informação chegasse ao mercado, por US$ 483.215,40, lucrando US$ 139.114,50.

Azevedo, assim que soube que a matriz do ABN-Amro, na Holanda, avalizaria a oferta da Sadia pela Perdigão, adquiriu 14.000 ações da Perdigão na bolsa de Nova York em 20 de junho de 2006, por US$ 269.919,95 (US$ 19,27, cada), incorrendo uma vez no crime de insider trading. Em 17 de julho de 2006, após a publicação do edital da oferta, o executivo do banco vendeu 10.500 ações por US$ 254.046,90, lucrando US$ 51.606,00.

Nos EUA, Murat e Azevedo fizeram um acordo com a SEC para não serem processados criminalmente e receberam sanção administrativa em fevereiro de 2007, sendo proibidos de atuar no mercado financeiro por três anos.

União das empresas

Várias vezes, Sadia e Perdigão estiveram perto de se unir. Em 2001, formaram uma empresa comum, a BRF Trading, mas os resultados decepcionaram e, no fim de 2002, a parceria foi desfeita. Em 2006, a Sadia fez uma oferta hostil (diretamente aos acionistas, sem passar pela negociação com a diretoria) pela concorrente, sem sucesso, que acabou dando origem a essa investigação sobre informação privilegiada.

Concorrentes históricas, Sadia e Perdigão nasceram em Santa Catarina. A primeira, em junho de 1944, em Concórdia. O nome é a soma da sigla S.A. com a última sílaba de Concórdia. Fundada em 1934 pelas famílias Brandalise e Ponzoni, em Videira, a Perdigão quase quebrou em 1994. Naquele ano, Weg e fundos de pensão assumiram o controle, e a empresa voltou-se a aquisições. Quando foi comprada pela Perdigão, a Sadia enfrenta sua pior fase. Teve prejuízo de R$ 2,5 bilhões em 2008, devido a perdas de R$ 2,6 bilhões com derivativos. Isso levou à renúncia de Walter Fontana Filho do Conselho e à demissão do diretor financeiro.

Fonte: Yahoo! Notícias.

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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

75% das Ações da Oferta para Capitalização da Petrobras já Foram Vendidas



A dois dias do encerramento da oferta da Petrobras, pelo menos 75% das ações já foram "vendidas", segundo fontes. São papeis que não tiveram exigência de preço.
 
Os demais têm pedido feito, mas ainda poderão mexer nos preços. Na visão de um dos coordenadores, dificilmente não atingirá os 100% iniciais.
 
A adesão dos atuais acionistas também foi alta. O governo, inclusive, não teria conseguido comprar todas as sobras previstas para aumentar a sua participação.
 
A União negocia com os coordenadores a compra de ações na oferta direcionada a todos os investidores.
 
Hoje é o último dia para os investidores solicitarem a reserva das novas ações que serão ofertadas pela Petrobras. O objetivo da operação é munir a estatal de recursos para explorar bolsões de petróleo no pré-sal.
 
O pedido de reserva deve ser feito em corretora ou banco. Segundo a Petrobras, o horário limite para fazê-lo depende de cada instituição. O investimento mínimo para comprar ações diretamente é de R$ 1.000, e o máximo, R$ 300 mil. O prazo para uso do FGTS já terminou.


Fonte: Folha de São Paulo.

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