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sábado, 1 de junho de 2013

Entenda o Que São os "Hedge Funds"


Os chamados "hedge funds" estão entre as aplicações financeiras mais agressivas disponíveis no mercado de capitais. Em geral, o gestor de um fundo de investimento precisa perseguir algum índice de referência. Nos fundos de renda variável, em regra, é o índice Ibovespa. Nos fundos cambiais, a cotação do dólar comercial. Nos "hedge funds", a principal meta do gestor é conseguir o maior retorno possível para os recursos aplicados, aplicando nos mais diversos ativos financeiros: moedas, ações de mercados emergentes, ou títulos de dívida pública que rendem a juros altos, como no Brasil.

"Muitos 'hedge funds' procuram investir em todos os tipos de mercado, com o uso de alavancagem e outras práticas de investimento especulativas que podem aumentar o risco de perdas das aplicações", sintetiza o SEC, o órgão responsável pela fiscalização do mercado de capitais nos EUA.

Os conceitos chave para entender os "hedge funds" são, portanto, "agressividade", "risco elevado" e, principalmente, "alavancagem": a prática de tomar recursos no sistema bancário para aumentar (alavancar) a aposta numa operação financeira, buscando maximizar os ganhos.

Os "hedge funds" são voltados para investidores ricos e sofisticados, e como regra geral, são caracterizados pelo sigilo de suas aplicações e pela regulamentação "tímida". Eles ganharam as manchetes de jornais, no entanto, na final da década de 90 com a quebra do famoso "Long Term Capital Management" (o "LTCM", como ficou conhecido à época).

Um dos maiores "hedge fund" da época, o LTCM desabou sob o peso de um rombo de US$ 9 bilhões. Com a grife de dois prêmios Nobel de Economia em seu quadro societário (Robert C. Merton e Myron Scholes), o LTCM fazia aplicações arriscadas em mercados emergentes, propiciando a seus investidores retornos superiores a 40% entre 1995 e 1996. [1]

A crise da Rússia, que decretou uma moratória em 1998, pulverizou as operações do LTCM, que viu seu capital minguar de US$ 4,6 bilhões para US$ 600 milhões entre janeiro e setembro daquele ano. Para impedir que as perdas do LTCM se espalhassem pelo sistema bancário, o Federal Reserve (banco central dos EUA) coordenou uma operação de resgate, em que 16 bancos injetaram US$ 3,75 bilhões para manter o "hedge fund" respirando, até que ele voltasse a propiciar retornos positivos a seus investidores.

Como se revelou depois, esse desempenho era baseado numa pesada alavancagem: para cada dólar de investimento recebido, o LTCM tomava US$ 20 de empréstimos de grandes bancos para manter suas operações em dia.


[1]  Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel em 1997 pelos seus estudos sobre o mercado de ações, em particular no desenvolvimento da fórmula de Black-Scholes (em que Black é o economista Fischer Black, já falecido no momento da premiação).


Fonte: Folha de São Paulo.

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