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quinta-feira, 7 de março de 2024

Governança Corporativa para Criação de Valor - Parte 02

Você sabe como a Governança Corporativa pode criar valor para uma empresa?

É sóbre isso que falo nesta entrevista (Parte 2).

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Governança Corporativa para Criação de Valor - Parte 01

Você sabe como a Governança Corporativa pode criar valor para uma empresa?

É sóbre isso que falo nesta entrevista.

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terça-feira, 28 de março de 2017

Mulheres no Conselho de Administração Afetam o Desempenho da Empresa?


Recentemente tive uma pesquisa desenvolvida com o Prof. Dr. Cláudio Pilar da Silva Júnior, da Universidade Federal de Sergipe, publicada pela Revista Sociedade, Contabilidade e Gestão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O trabalho aborda a relação da presença das mulheres nos conselhos de administração das empresas de capital aberto no Brasil com seus desempenhos. Abaixo apresento o título e resumo do artigo científico, que pode ser acessado completa e gratuitamente no link no final desta página.

Mulheres no Conselho Afetam o Desempenho Financeiro? Uma Análise da Representação Feminina nas Empresas Listadas na BM&FBOVESPA

Claudio Pilar da Silva Júnior
Orleans Silva Martins

Resumo

Diante da crescente participação feminina no mercado de trabalho e, consequentemente, nos cargos de alta importância, o presente artigo teve por objetivo analisar a influência da participação feminina nos conselhos de administração sobre a performance das organizações. Utilizando uma amostra composta pelas empresas mais líquidas listadas na BM&FBovespa, nos períodos de 2010 a 2013, o presente estudo utilizou as variáveis: percentual de presença feminina e a dummy para presença feminina nos conselhos como proxies para análise da influência feminina sobre o desempenho financeiro das empresas. Observou-se que em média 63% das empresas analisadas não apresentam mulheres em seu conselho de administração. Adicionalmente, verificou-se uma baixa representação feminina nos conselhos, apresentando um percentual de 5,6%, em média, do gênero feminino nos conselhos de administração analisados. Inicialmente, comparando-se as características das organizações com e sem a presença feminina, observou-se que as empresas que possuíram uma diversidade de gênero apresentaram um melhor desempenho, capturados pelo Q de Tobin e pelo ROA, não se podendo rejeitar a hipótese de que as empresas com presença feminina no conselhos de administração apresentam um desempenho financeiro maior do que as sem. Contrariando as evidências de estudos internacionais, não foi possível observar uma relação de endogeneidade na relação entre desempenho e a presença feminina nos conselhos de administração. Nesse sentido, buscou-se averiguar a relação entre a presença feminina e o desempenho financeiro por meio da estimação em mínimos quadrados ordinários e também pela utilização da regressão quantílica. Os resultados demonstraram que a presença feminina influenciou positivamente no desempenho financeiro, não se podendo rejeitar a Hipótese 2 da pesquisa.

Texto Completo: AQUI.

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quinta-feira, 23 de março de 2017

Governança Corporativa para Criação de Valor



Recentemente concedi uma entrevista ao programa Conta+ do amigo Rodrigo Leone, que foi transmitida pela RCTV (canal 27 da Net). Abaixo disponibilizo os dois blocos da entrevista.


Parte 1 de 2


Parte 2 de 2


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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Qualidade da Governança Corporativa no Brasil


A governança corporativa tem ganhado cada vez mais atenção no Brasil, especialmente nos últimos anos, devido a problemas identificados em diferentes empresas de capital aberto. E apesar da existência de segmentos de mercado especialmente criados para diferenciar as empresas com melhores práticas de governança (qualidade), não é estranho observar problemas de governança nas empresas que estão no segmento mais alto (Novo Mercado).

Portanto, conduzi uma pesquisa de iniciação científica desenvolvidas pelas alunas Thamirys de Sousa Correia e Maria Natalice Francelino da Silva, ambas da UFPB, que culminou no artigo que lhes apresento, publicado no final de 2016 na Revista Contexto, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Abaixo disponibilizo os dados da pesquisa e o link para a pesquisa completa, no site da revista.

Boa leitura!

QUALIDADE DA GOVERNANÇA CORPORATIVA DAS EMPRESAS NO MERCADO BRASILEIRO DE CAPITAIS

Thamirys de Sousa Correia
Maria Natalice Francelino da Silva
Orleans Silva Martins

RESUMO
Este artigo tem o objetivo de estimar um índice de qualidade da governança corporativa para as empresas que negociaram suas ações na BM&FBOVESPA e relacioná-lo aos diferentes níveis de Governança Corporativa nos quais elas estiveram listadas no período de 2010 a 2013. Para isso, é realizada uma revisão de literatura que aborda as principais dimensões da governança corporativa. Ademais, a partir dos formulários de referência das empresas listadas na BM&FBOVESPA no período de 2010 a 2013, foram coletados os dados relativos a sete dimensões de governança, sendo: conselho de administração, estrutura de propriedade, incentivos aos administradores, disclosure, relação com investidores, comitê de auditoria e assimetria de informação. Também, pela Análise de Componentes Principais (ACP), foi construído um Índice de Qualidade da Governança Corporativa (IQGC), tendo sua composição analisada com o auxílio de análises de correlação e de testes de diferença de médias. Nos resultados, pode-se observar que o IQGC médio das empresas foi de 0,631, sendo verificada uma diferença estatisticamente significante do IQGC entre as empresas listadas nos segmentos diferenciados de governança e o segmento tradicional. Quanto às peculiaridades das dimensões, destacam-se a entrega do relatório no prazo, o free float, o uso dos serviços de auditoria das “big four” e a independência do conselho de administração. Como principais contribuições do estudo, destacam-se a construção de um Índice de Governança Corporativa (IGC) mais robusto, com a mensuração de sete dimensões significativamente correlacionadas entre si, além da ratificação da importância dos segmentos diferenciados da BM&FBOVESPA.

Pesquisa completa AQUI.

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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Rating de Crédito e Governança Corporativa no Brasil


Com o recente corte da nota de crédito (rating) do Brasil (e de empresas brasileiras) pela Standard and Poor's, veio à tona do cidadão brasileiro uma enxurrada de discussões acerca das agências de avaliação de risco e de ratings de empresas e países.

Tempestivamente, realizei há alguns anos um estudo com um aluno do mestrado em Administração sobre a relação desses ratings de crédito e a governança corporativa no Brasil, o qual foi recentemente publicado no último número da Revista de Gestão da USP (REGE). Abaixo exponho seu resumo e endereço para o artigo completo.

RATING DE CRÉDITO, GOVERNANÇA CORPORATIVA E DESEMPENHO DAS EMPRESAS LISTADAS NA BM&FBOVESPA

Lucyan Hendyo Max Pereira
Orleans Silva Martins

RESUMO
Este trabalho buscou analisar os efeitos das práticas de governança corporativa sobre o rating de crédito atribuído pela Moody’s às empresas abertas, não financeiras, com ações negociadas na BM&FBOVESPA no período de 2008 a 2012. A análise se apoiou nos fundamentos teóricos abordados pela Teoria da Agência (JENSEN; MECKLING, 1976), sobretudo no que diz respeito aos mecanismos de transparência e qualidade dos ativos que, como consequência, podem afetar os indicadores de desempenho e credibilidade das firmas (LARKER; TAYAN, 2011; BAKER; ANDERSON, 2010). Para atingir os objetivos de pesquisa foram utilizadas regressões do tipo Probit ordenado, tendo como variável dependente o rating de crédito das empresas e como variáveis independentes seus indicadores de governança corporativa e desempenho. Dentre os principais resultados, foi possível observar que houve uma relação positiva e significante do rating de crédito com os níveis de governança corporativa e o retorno sobre o ativo. Adicionalmente, verificou-se relação negativa entre o rating e a alavancagem das firmas. Constatou-se, ademais, que durante o apogeu da crise financeira de 2008 as empresas situadas em níveis mais elevados de governança apresentaram desempenho financeiro superior àquelas situadas em níveis mais baixos. Dentre as principais contribuições do trabalho, destacam-se a ratificação das evidências existentes de que há efeito positivo da governança corporativa sobre os ratings atribuídos pela Moody’s, o que sugere que o nível de governança deve ser considerado nas análises de crédito, bem como as evidências de que melhores níveis de governança repercutiram de maneira positiva no desempenho das empresas durante uma crise financeira.
Palavras-chave: Risco; Gestão; Credibilidade.

Artigo completo: AQUI.

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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Governança Corporativa e Criação de Valor



As práticas da boa Governança Corporativa passaram por testes de efetividade ao longo das últimas duas décadas. Os escândalos corporativos ocorridos nos Estados Unidos no início do milênio e depois a crise financeira internacional demonstraram que a Governança adotada ou era apenas de fachada, como no primeiro caso, ou não era tão robusta e efetiva, como se queria fazer acreditar.

Nestes dois momentos históricos, vimos como a falta da boa Governança pode destruir valor. De empresas, de mercados, de países e de pessoas. Estes episódios tiveram um papel didático e reforçaram a necessidade de se criarem mecanismos efetivos que levassem à boa Governança de fato, assegurando a estabilidade dos mercados e da economia. Quando advogamos que a boa Governança gera valor, o fazemos com base em extensa produção acadêmica que vem examinando há décadas a influência da boa Governança nas empresas e seus resultados.

Distintos estudos foram realizados a fim de demonstrar que os benefícios de se adotar as boas práticas poderiam ser mensuráveis e tangíveis para organizações e para a sociedade. Dentre os vários tópicos, buscaram investigar como características específicas de Governança de uma companhia afetam sua rentabilidade, volatilidade das ações, valor das empresas e outros resultados.

A adoção de boas práticas fundamentadas nos princípios de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa, pode beneficiar as companhias de diferentes formas, ora associados à maior facilidade de captação de recursos e à redução do custo de capital, ora atrelados ao melhor desempenho operacional por meio do aprimoramento do processo decisório na alta administração e mecanismos de controle.

A criação de valor é tecida a partir de um ambiente de confiança e de uma perspectiva de longo prazo que leva em consideração o ambiente e a sociedade. Quando confio, não preciso descontar a incerteza no preço. Isso se aplica a um investidor assim como a um profissional que aposta o seu maior capital, seu tempo e seu talento, atrelando seu destino ao de uma empresa.

Valor externo e interno

A capacidade das empresas em inspirar confiança, tanto nos acionistas quanto nos investidores e demais partes interessadas, resulta na melhor precificação de suas ações ou em melhores condições de contratação de empréstimos. A implantação das melhores práticas permite atrair investidores nacionais e internacionais e, assim, contribuir com o mercado de capitais no cumprimento de seu papel de financiar ideias e projetos. Do ponto de vista interno da organização, as boas práticas permitem um aperfeiçoamento da gestão, do processo de tomada de decisão e do encaminhamento da sucessão de gestores e sócios.

Ao adotar essas boas práticas, a empresa tende a inibir os abusos de poder, minimizar erros estratégicos, conflitos de interesses e eventuais fraudes. A empresa passa a incorporar sistemas adequados de tomada de decisões e de monitoramento dessas decisões, envolvendo os relacionamentos entre os agentes da Governança: acionista/cotista, conselho de administração, diretoria, órgãos de controle e partes interessadas. O benefício de sua prática está em criar um clima de confiança para todos esses agentes.

As empresas atentas à adoção das melhores práticas de Governança tendem a apresentar maior capacidade competitiva, exemplificada pelo acesso facilitado na captação de recursos no mercado e pela atração de bons profissionais.Depois de tantos avanços, deparamo-nos agora com um momento de redução do pró-ativismo e do aprofundamento das discussões da boa Governança. Esta é uma oportunidade para retomarmos nossa tradição dos ciclos virtuosos e nos anteciparmos às atuais demandas. Ao invés de adotar o caminho motivado pela conformidade às leis e regras, devemos prosseguir pela conscientização dos papéis e dos benefícios que cada agente terá no longo prazo ao adotar práticas de Governança continuamente aperfeiçoadas. Esse caminho pode requerer mais tempo e demandar mais esforços, porém é mais consistente e cria valor de forma sustentada.

Por Sandra Guerra, presidente do IBCG.

Fonte: Jornal do Brasil.

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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Previ Prepara Ranking de Governança Corporativa


A Previ está preparando um ranking de governança das empresas investidas, revelou o diretor de Participações do fundo de pensão, Marco Geovanne da Silva. Ele comentou que apenas uma tem o rating AAA no momento, sem citar o nome. [1]

Atualmente, o patrimônio da Previ gira em torno dos R$ 166 bilhões, sendo que em 2012 quase R$ 100 bilhões estavam alocados em renda variável. O fundo tem investimentos em 115 empresas, sendo que o volume de recursos nas companhias participadas atinge em torno de R$ 88 bilhões. No portfólio estão Magazine Luiza, Fibria, Usiminas, Itaúsa, Tupy, Oi, BRF, Weg, Celesc, Ambev, Kepler Weber, Vale e Randon, entre outras. Na Ambev, por exemplo, a participação atual é de R$ 7,2 bilhões; na Kepler Weber, de R$ 114 milhões, e na Tupy de R$ 778 milhões, segundo o diretor.

Silva comentou ainda sobre o interesse do fundo de pensão do Banco do Brasil em participar dos leilões de concessão do governo. "Adoraríamos participar do Galeão, e não querem nos deixar participar por questões de concorrência, o que não faz nenhum sentido", afirmou durante o 14º Congresso Internacional de Governança Corporativa promovido pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

Ele considera que a governança corporativa é a melhor forma de garantir o pagamento dos benefícios pelos fundos de pensão, mas isso significa um longo caminho a ser seguido. "É uma estrada longa, tem de haver princípios e fundamentos que norteiem como as pessoas vão atuar. Não se faz governança com visão de curto prazo, é preciso gastar tempo para fazê-la aparecer", disse o executivo.

Para Silva, três tópicos são fundamentais para os fundos de pensão: visão estratégica, monitoramento e remuneração. "A visão estratégica é a da criação sustentável de valor, o monitoramento é em relação às estruturas de governança, ao papel dos conselheiros. Já a remuneração é a questão de não focar o curto prazo. As empresas passam por ciclos, por isso não estamos preocupados com o que vai acontecer no terceiro trimestre, por exemplo", afirmou.

Nesse sentido, o executivo disse ainda que a cultura dos fundos de pensão brasileiros estimula a visão de longo prazo dos seus gestores e das companhias investidas, apesar de o mercado ainda estar maturando. "O mercado de capitais brasileiro ainda está num processo de amadurecimento, mas já apresentou avanços enormes na parte de governança corporativa, transparência e prestação de contas. O setor sofreu demais com as altas taxas de juros durante muito tempo, tanto que os investidores pessoas físicas ainda são acanhados", observou.

O executivo reclamou do fato de alguns considerarem a Previ como governo, e isso influencia na hora de votar nas assembleias das empresas. "Não somos governo, estamos separados do governo e não é justo cassarem nosso direito de votarmos com nossas ações", disse.

[1] O ranking segue o modelo utilizado por algumas agências de risco para classificar empresas e países.

Fonte: Agência Estado.

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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Avanço em Governança Corporativa é Indiscutível, diz CVM


Os avanços nas questões de governança corporativa são "imperativos" no mundo de hoje, para o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Leonardo Pereira. "Acredito que os avanços daqui para frente serão imperativos, pois a inovação e a complexidade de produtos não irá parar, e as mudanças que podem impactar os mercados precisam ser bem entendidas e gerenciadas. O aperfeiçoamento da governança é o que permite que isso aconteça", disse ele durante congresso do IBGC, em São Paulo.

Para que isso tudo ocorra, segundo Pereira, a coordenação entre os diversos agentes do mercado deve ser forte, priorizando discussões sobre os temas e propondo soluções de forma conjunta. Assim, as soluções para temas complexos e sensíveis virão mais rapidamente e mais firmes, de acordo com ele.

"Com a iniciativa dos grupos de interagentes há uma melhor chance de construir alternativas que sejam vistas como soluções adequadas e tomadas de forma menos conflituosas", observou.

Pereira destacou que o tema de governança sempre esteve na agenda da autarquia, que tem como uma das prioridades trabalhar para assegurar construções de estruturas de governança mais fortes. "As diversas crises, grandes ou não, sistêmicas ou não, que afetaram de alguma forma o nível de confiança no mercado nos últimos tempos, começaram devido a questões de governança", afirmou.

Pereira destacou que melhorar é um desafio, mas que é fundamental para que o país tenha um mercado de capitais mais sólido e que continue crescendo em bases sólidas. "É um círculo virtuoso que precisamos seguir, a CVM reforçou sua missão estratégica de ser zeladora do mercado de capitais. A CVM tem compromisso de ser observadora atenta nesse processo", garantiu.

Apesar de ter apontado os desafios, o executivo reconheceu as melhoras do mercado. "Não há dúvida do avanço imenso que houve no campo da governança corporativa no Brasil nos últimos 15 anos. Temos benchmarks, e o Novo Mercado é um bom exemplo disso", observou.

Educação financeira

Pereira comentou também que está dentre as prioridades da CVM a questão de educação financeira e proteção ao investidor. "Estamos acompanhando todos os movimentos que existem no mercado, vamos inclusive fazer um seminário específico para discutir proteção ao investidor agora em dezembro, no Rio", destacou.

"Se olhar o calendário de atividades da SOI, área responsável pela orientação dos investidores, ele está pesado. Houve vários eventos, inclusive fora do Rio e de São Paulo. Uma das nossas prioridades é justamente a questão de proteção ao investidor", acrescentou. 

Fonte: O Estadão.

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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Crise na Governança Corporativa?


Por Roberto Teixeira da Costa
Economista e primeiro presidente da Comissão de Valores Mobiliários

Artigo recentemente publicado no Valor Econômico levanta dúvidas sobre a governança corporativa que vem sendo praticada pelas companhias de capital aberto negociadas em bolsa.

Questiona a eficácia dos controles de governança e a ela atribui as atuais deficiências do mercado como alocador de poupança.

Não subscrevo que estamos vivendo no momento atual uma governança corporativa sem vigilância, onde aqui e no exterior diversas fraudes e irregularidades societárias afetam os interesses dos acionistas minoritários. Não tenho ideia de onde obteve-se dados estatísticos que comprovem essas informações.

Talvez o fato que tenhamos maior visibilidade e transparência que no passado transmita uma falsa impressão.

Por outro lado, afirma-se que muitos falam dessa desgovernança e que outros dizem tratar-se de mera perfumaria. Não sei se o autor subscreve essas opiniões e quem serão esses muitos que fazem tais afirmações.

Acusa os órgãos de fiscalização de não atuar preventivamente e não punir eficientemente práticas arriscadas e detrimentosas ao funcionamento do mercado. Não me recordo de nos últimos 50 anos em que acompanho a regulação de ter visto um mercado tão policiado e uma imprensa tão alerta e crítica às irregularidades.

Aqui também gostaria de ponderar que talvez o que esteja faltando são programas de educação ao investidor que não avalia de forma objetiva os riscos que estão assumindo. Às vezes o olho gordo e a ganância obscurecem uma decisão racional.

Como primeiro presidente da CVM sempre insisti no princípio básico que não cabe ao órgão regulador dizer ao investidor o que deve ou não fazer. Compete sim ao órgão regulador fornecer ao investidor tempestivamente informações fundamentais para que ele possa considerar o risco que está assumindo. O regulador não substitui o investidor em seu processo decisório. Evitar o uso de informações privilegiadas (insider trading) é também uma atividade básica.

Concordo com a crítica que os processos administrativos instaurados pelo órgão regulador deveriam ter uma maior agilidade para que os agentes de mercado possam ter a clara consciência que os infratores serão punidos exemplarmente. Esse seria certamente um ponto de grande relevância para o investidor constando as devidas punições.

Discordo sobre a visão crítica dos benefícios do novo mercado. A opinião que ele acalenta não é a que ouvimos, aqui e no exterior, sobre os progressos alcançados na governança corporativa com as regras do novo mercado. Não são poucos aqueles que, apesar de constantes e necessários aperfeiçoamentos nos chamados BRICs, somos favoravelmente comparados com os padrões da China, Rússia e Índia. Quanto a volatilidade dos preços, refletem uma situação macro econômica mundial instável que nos afeta diretamente, como também resultados modestos de crescimento do nosso PIB com impacto no preço das ações das empresas de maior relevância acionária na bolsa.

Discordo também da ideia de que em situações críticas o melhor seria suspender a ação do pregão por prazo determinado. Ora, a Bolsa assim o faz regularmente quando pede esclarecimentos adicionais, mas o que não é aceitável é tirar a liquidez dos papéis que por uma razão ou outra passam por um momento crítico. Certamente, punir com iliquidez não é a solução para quem tomou uma decisão errada.

Também é perigoso generalizar que o comportamento de algumas empresas que tiveram conduta fortemente negativa seja um retrato fiel da grande maioria das companhias abertas. Não me parece que a realidade confirme essa colocação.

Terminaria enfatizando que, longe de mim a ideia de que nossa governança corporativa é exemplar, e que nossos órgãos reguladores são modelos de eficiência e perfeição.

Certamente não é esse o caso, mas também atribuir a governanças corporativas as agruras que vive o nosso mercado não me parece uma análise adequada e que definitivamente não subscrevo.

Fonte: Valor Econômico.

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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Governança é, Sim, para Todos


Comum nas grandes corporações, as práticas de governança corporativa— que exigem transparência nas informações e prestação de contas, entre outras responsabilidades— começam a ganhar espaço no investimento de grupos franqueadores e também nas micro, pequenas e médias empresas brasileiras. Mais do que o custo para a contratação de um profissional para implementar processos, o maior desafio é tornar a governança parte da cultura de um segmento que, em geral, é formado por empresas familiares.

Grandes redes franqueadoras, muitas delas do setor de cosméticos e alimentos e que tem como parceiras fundos de investimento, há tempos inseriram a governança como parte de seus planos de desenvolvimento. A técnica, no entanto, ainda é tímida no Brasil, diz Raul Monegaglia, da KBM Advogados. Mas tem tudo para dar certo por aqui. Basta as empresas começarem a “pensar grande”. “Primeiramente, as empresas devem conhecer os pilares da governança corporativa para entender o que isso pode mudar na forma como encaram a própria empresa e a relação com seus parceiros. Trabalhar com transparência, prestação de contas, equidade e responsabilidade são os mandamentos que sustentam a governança.

A partir desse conhecimento, o desafio é colocar tudo isso em prática”, destaca Monegaglia. O problema está justamente aí, diz o advogado. Quando se tem uma empresa familiar, o dono, em geral, não vê como primordial prestar contas a todos. “É uma questão de cultura. E esse é o maior investimento que uma empresa precisa fazer: aprender a mudar a sua forma de pensar. As companhias que atuam como Sociedades Anônimas, precisam prestar contas e usar de toda a transparência nas relações. Mas franqueadoras que têm, por exemplo, 50 franqueados, podem e devem utilizar ao menos as práticas básicas”, alerta o advogado.

As vantagens para os resultados das companhias, diz ele, vão desde a maior clareza na tomada de decisões ao desenvolvimento de processos internos e regulamentos de forma mais transparente. “Também a transparência e a credibilidade a terceiros ficam mais evidentes. Além disso, com a empresa trabalhando de forma direta, envolvendo os funcionários em seu planejamento, eles são os primeiros a responder com engajamento a essa nova visão. Isso reduz o custo de capital e agrega valor à empresa”, avalia. O advogado ainda destaca como ponto positivo a maior facilidade na atração de investidores, tanto para grupos franqueadores quando para empresas de pequeno e médio porte. “Como movimento de consolidação do mercado de franquias, as empresas que se utilizarem dessas boas práticas poderão atrair investidores externos, bem como agregar valor na hora de uma eventual venda ou fusão com outros grupos”, comenta.

Fonte: Brasil Econômico.

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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Estudo Aponta Baixo Nível de Governança de Empresas do Brasil



Estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) aponta fraquezas nas práticas de governança corporativa (GC) de empresas brasileiras. Os pesquisadores utilizaram informações de documentos das próprias empresas (como os Formulários de Referência, Anuários de GC, sites corporativos e estatutos). No documento Emissão de Títulos e Governança Corporativa no Brasil: uma Análise Multicasos, apresentado ontem durante seminário da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em São Paulo, as companhias brasileiras ficaram abaixo do padrão considerado pela Cepal.

Foram analisadas seis empresas: Petrobras, Bradespar, Dasa, Klabin, Lupatech e Inepar. A pesquisa foi realizada em parceria com o Banco de Desarrollo de America Latina (CAF) e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O trabalho coordenado por Georgina Núñez e Andrés Oneto propôs uma série de questões sobre os conselhos de administração, comitês de auditoria, comitês de investimentos em ativos financeiros, comitês de financiamento corporativo e comitês de riscos. Com uma resposta afirmativa às perguntas, a empresa recebia pontuação 1, e com uma resposta negativa, a pontuação era 0. Foram consideradas questões como: "O Conselho de Administração tem no mínimo 50% de conselheiros externos?" ou "O presidente do Comitê de Riscos é um conselheiro independente?"

"De forma geral, os índices das empresas brasileiras investigadas estão muito distantes do benchmarking", concluiu o estudo. Para um valor máximo de dez, o maior obtido na amostra do Brasil foi 2,52, enquanto o valor médio foi 1,79.
Os pesquisadores da Cepal concluem que existe "a necessidade de aumentar a adoção de mais comitês em empresas brasileiras, em especial os comitês de investimentos em ativos financeiros, de financiamento corporativo e de riscos". Segundo o documento, "isso tenderia a diminuir o risco de emissão de dívida".

Na análise individual das empresas estudadas, o documento da Cepal avalia que a estrutura de governança corporativa da Petrobras é "mais robusta do que as demais", mas considera que "este resultado também não pode se dissociado do seu maior porte empresarial, o que acaba estimulando o aprimoramento das práticas de GC e da gestão de risco"[1].

"A Bradespar também emitiu títulos com baixo risco de crédito", diz o estudo. "A empresa resgatou suas debêntures de forma antecipada e não foram identificados problemas com os seus debenturistas." A Cepal destaca, porém, que a organização "não possui comitês instalados, portanto não tem uma comissão específica e formal para tratamento de seus riscos".


[1] A Petrobrás é "o ponto fora da curva" quando se fala de mercado de capitais brasileiro. A maior empresa desse mercado, certamente tem seus resultados nessa pesquisa influenciados por seu tamanho. Apesar de ser indicada nessa pesquisa como "a estrutura de governança mais robusta", não figura entre as empresas listadas nos níveis diferenciados de governança corporativa da BM&FBOVESPA devido às suas especificidades e à influência que sofre do governo.

Fonte: DCI – SP.

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