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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Lucro Inflado Derruba CEO da Toshiba


Tanaka, ex-Toshiba: "A maior erosão da imagem de nossa marca em 140 anos"

O CEO da Toshiba renunciou ontem ao cargo depois de uma investigação independente ter concluído que a empresa inflou os lucros, no que vem sendo considerado um dos maiores escândalos contábeis da história do Japão.

A Toshiba sofreu "o que poderia ser a maior erosão da imagem de nossa marca em nossos 140 anos de história", disse Hisao Tanaka, depois de fazer uma reverência de pesar, ficando 15 segundos curvado, durante concorrida entrevista a jornalistas ontem, em Tóquio.

O incidente é o maior golpe à reputação de uma empresa no Japão desde o escândalo da Olympus em 2011, quando se descobriu que a firma de tecnologia havia encoberto perdas de até US$ 1,7 bilhão que vinham desde o início dos anos 90.

O presidente do conselho de administração da Toshiba, Masashi Muromachi, vai assumir como CEO interino enquanto o grupo reestrutura sua governança. A Toshiba anunciou que estuda indicar diretores externos para mais da metade dos assentos de seu conselho de administração.

A renúncia de Tanaka chega um dia depois de uma comissão de advogados e contadores externos ter divulgado informe no qual se detalha uma tentativa "sistemática" e "deliberada" de inflar os números dos lucros do conglomerado. Eles descreveram uma cultura empresarial em que funcionários tinham medo de falar contra a chefia quando eram pressionados a seguir metas irreais de lucros.

De acordo com a comissão, Tanaka, na Toshiba há 40 anos, e o vice-presidente
do conselho, Norio Sasaki, que também renunciou ontem, sabiam que os lucros eram superestimados e não tomaram ações para acabar com a contabilidade inadequada. Tanaka negou ter instruído subordinados a fraudar os livros, mas disse que recebe com seriedade as conclusões da comissão. "Senti a necessidade de promover uma grande remodelação em nossa equipe administrativa para erigir nossa empresa novamente", disse Tanaka.

A Toshiba, que atua em áreas como as de computadores portáteis, chips de memória e reatores nucleares, terá de revisar em 152 bilhões de ienes (US$ 1,2 bilhão) seus lucros antes dos impostos relativos a sete anos a partir de 2008. A isso se somam os 4,4 bilhões de ienes de lucros inflados estimados pela própria Toshiba para o período de sete anos incluindo os três trimestres do ano fiscal de 2014.

Os 152 bilhões de ienes representam quase 30% do lucro total antes dos impostos do período. Não ficou claro que tipo de baixas contábeis ou perdas adicionais a empresa terá de declarar como resultado da revisão dos lucros. O ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, disse que o escândalo evidencia a necessidade de uma reforma da governança corporativa no país. "Poderíamos perder a confiança nos mercados japoneses e na Bolsa de Valores de Tóquio a menos que uma genuína governança corporativa esteja em vigor", disse.

O informe, de 294 páginas, relata que a cultura da Toshiba de exercer pressão para que os funcionários seguissem altas metas de lucro de curto prazo estendeu-se durante o mandato de três CEOs. Vinha desde a época de Atsutoshi Nishida, que chefiou a empresa entre 2005 e 2009 e que continua como assessor na empresa. Nishida vai renunciar ao cargo.

Um exemplo das pressões, revelado pela comissão, foi um encontro em dezembro de 2008, anterior ao anúncio dos resultados do terceiro trimestre fiscal. Na reunião, foi comunicado que se previa prejuízo operacional de 18,4 bilhões de ienes. Nishida, então, disse: "O número é tão embaraçoso que não podemos anunciá-lo em janeiro próximo". A empresa inflou o resultado para transformálo
em lucro de 500 milhões de ienes.

Fonte: Valor Econômico.

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