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terça-feira, 14 de dezembro de 2021

O Investidor em Ações de Dividendos

 


Saiu nosso livro!


O Investidor em Ações de Dividendos: O Dividend Investing como Estratégia de Investimentos para Criar Riqueza com Empresas que Crescem e Pagam Dividendos

Autores: Orleans Martins & Felipe Pontes 


Este livro foi escrito aproximando a teoria e a prática de investir no mercado de ações, baseado nas largas experiências acadêmica e de mercado dos autores. É um livro único e diferente da média do que existe na literatura nacional até a sua chegada. Isso porque os autores usam uma linguagem clara e direta, com muitos exemplos e casos reais (+200), ligando tudo isso à literatura científica de uma maneira bastante didática.


Ao longo dos vários anos como professores de Contabilidade, Finanças, Governança Corporativa e Avaliação de Empresas (Valuation), os autores observaram que esses conhecimentos, quando bem apresentados, são muito importantes para o investidor que deseja obter sucesso no mercado financeiro. Como sabem disso? Porque há anos eles utilizam o que ensinam para gerir investimentos no mercado de ações, seja como investidores individuais ou como gestores de Clube de Investimentos.


Este livro apresenta uma série de aplicações e análises de empresas reais, utilizando dados também reais. A aplicação das técnicas estudadas na academia é apresentada no mundo real, com o diferencial de serem detalhadas as dificuldades que habitualmente são encontradas nas análises de empresas e na formação de carteiras de investimentos vencedora. Tudo isso com fundamento na literatura científica, que é uma grande aliada.


Nesse contexto, o DIVIDEND INVESTING é apresentado como uma estratégia de investimentos focada em ações de boas empresas pagadoras de dividendos. Essa é uma estratégia que se apresenta como intermediária às famosas estratégias de VALUE INVESTING (investimento em valor) e de GROWTH INVESTING (investimento em crescimento). O DIVIDEND INVESTING não privilegia apenas empresas de valor, “descontadas” ou “baratas”, mas também aquelas com potencial de crescimento. Este livro faz a sua apresentação, contando as históricas dos dividendos e dos principais investidores bilionários que criaram riqueza com eles no Brasil, demonstrando o passo-a-passo dos processos de seleção, análise e valuation de boas empresas pagadoras de dividendos.


Link para acesso à amostra grátis: https://amzn.to/3lTQgbz


Hoje o e-Book custa menos que um almoço (R$ 24,99). Também haverá uma versão física do livro que estará disponível a partir de janeiro de 2022.


Boa leitura e nos mande seu feedback, seja por mensagem ou em avaliação na Amazon!

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quinta-feira, 21 de maio de 2020

Valuation - Análise Relativo (por Múltiplos)

Nesta aula eu falo um pouco sobre Análise Relativa no contexto de Valuation, também conhecida como Análise por Múltiplos.

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quinta-feira, 19 de março de 2020

Assimetria de Informação nos Mercados de Capitais

Será que há diferença no nível de informação entre os participantes do mercado de capitais?

Neste vídeo eu discuto com os alunos dos programas de pós-graduação em Administração e Contabilidade da UFPB esse assunto.

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Hipótese de Mercado Eficiente

Seriam os mercado eficientes do ponto de vista informacional?

Neste vídeo eu discuto com os alunos dos programas de pós-graduação em Administração e Contabilidade da UFPB esse assunto.


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quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Eficiência e Aleatoriedade no Mercado de Ações

Em recente discussão sobre eficiência de mercado e assimetria de informação, um aluno me questionou sobre o efeito da aleatoriedade no mercado financeiro. 

Nessa hora, lembrei do slides de uma aula, com trechos de Fama (1970, Efficient capital markets) e também do @MonkeyStocks.


O Monkey Stocks é um perfil do instagram (aqui) que toma com inspiração o trabalho de Malkiel (1973, A Random Walk Down Wall Street), que afirmou em seu livro que "um macaco com os olhos vendados jogando dardos nas páginas financeiras de um jornal poderia selecionar um portfólio que seria tão bom quanto um cuidadosamente selecionado por especialistas".


Já Fama (1970) fala do "modelo de passeio aleatório" para explicar as mudanças de preços dos ativos ao longo do tempo. Porém, o fator aleatório, unicamente, não é determinante da Hipótese de Eficiência de Mercado (HME).

As limitações da HME de Fama são conhecidas e comprovadamente testadas por muitos. Há estudos em diferentes mercados. Minha tese de doutorado, inclusive, demonstrou a limitação da forma forte da HME no mercado brasileiro. Isto é, sem essa de "o mercado precifica".

Portanto, aleatória e temporariamente, o mercado pode parecer completamente eficiente, mas não o é apenas pelo fator aleatório. Conceitualmente haveria outros pressupostos para que ele fosse considerado como tal.

No Brasil, o pessoal do @MonkeyStocks criou uma carteira aleatoriamente montada, e desde o início de 2019 ela tem acumulado um retorno expressivo (+51,13%) e "batido o mercado" (Ibov = +19,16%), até 18/10/2019. Carteira completa aqui.


A formação da carteira @MonkeyStocks é aleatória (por sorteio), mas não condicionada ao preço histórico (HME). Mesmo sabendo que eles não têm o objetivo de testar a HME, essa carteira é um experimento didático para o caso.

O bom desempenho de uma carteira aleatoriamente montada não reflete, necessariamente, que o mercado é eficiente. Ligando isso à discussão "preço importa ou não importa?", com a comprovada existência de ineficiência nos mercados, é claro que preço importa.

Nesse caso, o fator aleatório até agora agiu a favor, mas como em qualquer outro caso, pode vir a agir contra. Isso dá artigo! 

Ou vale acompanhar o @MonkeyStocks em uma série temporal mais longa. As postagens são bem legais.

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sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Quem é Nosso "Mercado"?

Quem é nosso "mercado"?

Sua carteira, clube ou fundo tem batido o "mercado"? Sim? Que bom!

Mas será que o parâmetro de comparação que temos usado é, de fato, adequado? O "mercado" se limita ao #Ibovespa? O "mercado" é 6 (seis) empresas (52,16%)?

Qual é o risco da empresa?

O famoso Beta é estimado com base na co/variância dos retornos do ativo em relação ao #IBOV. O custo do capital do acionista é estimado sofre influência do #IBOV. A performance que você paga sobre o desempenho do seu fundo de ações (FIA), normalmente também é sobre o #IBOV.

Mas quem é o "mercado"?

Na carteira atual (13/09/2019), 52,16% são 6 (seis) empresas! Ou seja, Petro/Vale/Ambev ou as financeiras têm um domínio sobre o #IBOV. Se um desses lados sobe e o outro desce, o mercado anda de lado. Se ambos vão na mesma direção, é up ou down!

O setor mais influente no #IBOV é o financeiro (35,74%). Se o governo cogita aumentar um imposto sobre esse setor (1/3 da bolsa), o "mercado" desaba. Mesmo que isso favoreça outros setores (ex: para investimento em infraestrutura). Faz sentido?

Em um mercado emergente/volátil como o brasileiro, #Ibovespa pode "justificar" muito (ou pouco) em um modelo de valuation. Seja na #Academia ou no #Mercado isso merece atenção. Há muita coisa fora do #IBOV que também é mercado (e tem liquidez).

Nos EUA, por exemplo, o S&P500 tem 500 cias. A "foto" do mercado é melhor. No Brasil, uma alternativa mais abrangente é o #IBRX100. No fim do dia, o importante é entender que essas medidas são "aproximações" sujeitas a vieses. Use o bom senso!

A discussão continua no Twitter, acompanha lá... @orleansmartins

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sexta-feira, 8 de abril de 2016

Preço da Ação, Disclosure e Assimetria de Informação: O Caso OGX


No último número da Revista Universo Contábil consta uma de minhas pesquisas sobre assimetria de informação, desenvolvida com os professores Luiz Felipe Pontes de Araújo Girão e Edilson Paulo.

Preço da Ação, Disclosure e Assimetria de Informação: O Caso OGX

Resumo
Este estudo investigou a relação entre o preço da ação, a divulgação de informações corporativas e a probabilidade de negociação com informação privilegiada (PIN) da OGX entre os anos de 2008 e 2014. Para isso, apoiou-se em uma revisão de literatura sobre os reflexos da disclosure e da assimetria de informação sobre o preço da ação, analisando 1.631 dias de negociação por meio de modelos de microestrutura de mercado, correlação e regressão. Nos resultados, verificou-se que o índice de disclosure apresentou relação negativa com o preço e não afetou a assimetria de informação. Quanto à cada tipo de informação, o preço foi positivamente afetado pelas notícias no site da empresa e comunicados ao mercado, e negativamente pelos fatos relevantes e formulários ICVM 358. Já a assimetria de informação foi influenciada positivamente apenas pelas informações financeiras trimestrais. Ainda, observou-se que o mercado precificou a PIN apenas até meados de 2011, quando houve uma quebra estrutural na variável preço.

O trabalho na íntegra pode ser obtido AQUI.

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sexta-feira, 5 de junho de 2015

Estrutura de Propriedade e Assimetria de Informação


Fui publicado na Revista Ambiente Contábil (Volume 7, Número 2) o resultado da pesquisa de iniciação científica da Thamirys de Sousa Correia, sob minha orientação, que trata da relação da estrutura de propriedade e controle das empresas abertas brasileiras com a assimetria de informação na negociação de suas ações. A seguir apresenta-se o resumo do trabalho e o link para acesso ao trabalho completo.

ESTRUTURA DE PROPRIEDADE E CONTROLE E ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO NO MERCADO ACIONÁRIO BRASILEIRO
Thamirys de Sousa Correia, Orleans Silva Martins

Resumo

Esta pesquisa teve o objetivo de investigar a relação existente entre a estrutura de propriedade e controle das empresas e a assimetria da informação existente nas negociações de suas ações. Para isso, apoiou-se em um referencial acerca da Teoria da Agência, reportando as principais evidências da literatura de estrutura de propriedade e assimetria de informação. Foram analisados os dados das empresas listadas na BM&FBOVESPA entre 2008 a 2013, por meio de modelos de regressão Tobit, sendo possível observar evidências distintas para empresas que possuíam American Depository Receipt (ADR) ou estavam no segmento Novo Mercado de governança corporativa e para as demais empresas. Para o primeiro grupo, verificou-se que a concentração de propriedade e controle apresentou relação positiva com a assimetria, considerando as proxies retorno anormal, volatilidade e beta. Essas evidências são ainda mais fortes com relação à concentração de controle, indicando que a assimetria poderia ser reduzida por meio da pulverização de ações. Por outro lado, entre as empresas sem ADR ou fora desse segmento, a concentração de propriedade e controle tendeu a reduzir a assimetria. Assim, como principal contribuição se destaca tal evidência, pois revela que a concentração de ações tem efeito diferente sobre a assimetria, conforme características da empresa.

Palavras-chave: Governança Corporativa; Estrutura de Controle; Assimetria de Informação. 

Texto completo:

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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Petrobras Admite Realizar Baixas Contábeis por Corrupção


A Petrobras poderá realizar eventuais baixas contábeis em seus ativos de acordo com o tamanho das propinas pagas na contratação das obras, tomando como base provas entregues à Justiça no âmbito da operação Lava Jato, da Polícia Federal, disseram nesta segunda-feira os principais executivos da companhia.

Mais cedo, a estatal afirmou em nota que as recentes denúncias de corrupção --que levaram ao adiamento da divulgação do balanço financeiro do terceiro trimestre-- têm potencial para impactar as demonstrações contábeis da empresa.

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, confirmou preocupações de analistas sobre a necessidade de a empresa reconhecer perdas contábeis em ativos envolvidos nas denúncias de corrupção.

"O ativo pode dar o melhor retorno, mas, se há custo relativo à corrupção, obrigatoriamente você tem que baixar e descontar o valor", afirmou Graça Foster, como ela prefere ser chamada, a investidores e analistas, acrescentando também que a empresa vai buscar ressarcimento de valores onde identificar prejuízos.

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, comentou que "o foco maior é no ajuste devido a fatores de corrupção", mas ele destacou que "se os cálculos vierem dentro das expectativas não se espera efeito (das baixas contábeis) sobre dividendos".

Analistas temem redução de dividendos de ações ordinárias, considerando que a política de dividendos garante aos acionistas das preferenciais um pagamento mínimo.

As ações preferenciais caíam 2,6 por cento por volta das 15h20, as ordinárias recuavam 2,9 por cento, enquanto o Ibovespa caía 0,9 por cento.

Barbassa também tentou tranquilizar o mercado, que teme que, por conta do atraso no balanço do terceiro trimestre, a empresa venha a ser impedida de acessar mercados de bônus nos Estados Unidos, onde a companhia toma emprestada a maior parte do dinheiro para suas operações.

Ele disse que a Petrobras tem trabalhado com um caixa volumoso, o que dá à companhia um prazo superior a seis meses sem a necessidade de acessar mercados de dívida.

"Temos trabalhado com volumes muito elevados de caixa, e agora (essa estratégia) vem se provar medida positiva, porque nos dá um período superior a seis meses de operação sem acessar mercado de dívida", afirmou Barbassa a jornalistas, após conferência com investidores mais cedo.

Barbassa disse que não poderia dizer quanto a Petrobras tem em caixa.

O executivo afirmou ainda que empresa pode ajustar prazos para a divulgação de balanços para incorporar novas informações denunciadas.

Segundo ele, as companhia não divulgará informações do terceiro trimestre incompletas.

MÁS NOTÍCIAS NA PRODUÇÃO

Até mesmo quando um considerável aumento de produção anual poderia ser comemorado, com registro de recorde em outubro, surgem informações que acrescentam ressalvas às conquistas da estatal.

A Petrobras informou nesta segunda-feira que sua meta de aumentar a produção de petróleo no Brasil em 2014 em cerca de 7,5 por cento não será cumprida, alegando atrasos na entrega de plataformas próprias e necessidade de obras, entre outros fatores.

A petroleira estabeleceu, ainda no início do ano, uma meta de elevar seu bombeamento em 7,5 por cento ante 2013, com margem de um ponto percentual para mais ou para menos.

No entanto, agora companhia estima aumento de 5,5 a 6 por cento na produção este ano, segundo a apresentação feita a analistas, no Rio de Janeiro.
Em 2013, a Petrobras produziu em média 1,931 milhão de barris de petróleo por dia no país.

Em agosto, uma fonte do governo federal já havia dito à Reuters que a Petrobras não conseguiria atingir sua meta devido a atrasos na entrada em operação de algumas plataformas.

Até pelo menos setembro, membros da diretoria da Petrobras ainda insistiam que a meta de produção estabelecida no início do ano seria cumprida.

Fonte: Exame.

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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Auditoria Externa não vai Assinar Balanço da Petrobrás



A auditoria PriceWaterhouseCoopers decidiu que não vai assinar nenhuma demonstração contábil da Petrobrás até que a companhia conclua as investigações internas abertas para apurar denúncias de corrupção, surgidas nos acordos de delação premiada da Operação Lava Jato. Na quinta-feira, 13, depois de revelado pelo estadão.com.br e pela Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que a Price não daria seu aval para as informações contábeis trimestrais da empresa, a Petrobrás informou que não divulgará seu balanço nesta sexta-feira, 14 – data-limite segundo as regras de mercado.

De acordo com comunicado enviado na noite de quinta, ao mercado, a empresa informou que vai divulgar os resultados no prazo “mais breve possível” e estimou a data em 12 de dezembro. A Petrobrás informou também que a divulgação dos dados será feita sem a revisão pelos auditores externos – o que não ocorre normalmente com empresas de capital aberto, com ações negociadas na Bolsa.

De acordo com as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM, xerife do mercado brasileiro), as empresas de capital aberto têm até esta sexta, 14, para Questionada sobre o fato de uma empresa negociada na Bolsa de Nova York adiar a publicação de balanço, a SEC (responsável pela fiscalização do mercado americano) informou que, em tese, a não entrega de documentos pode levar à suspensão de negociação das ações por até dez dias úteis. A SEC também está investigando as denúncias de desvios na Petrobrás.

O Estado apurou que os auditores decidiram não assinar a demonstração contábil da empresa por temerem os impactos que a eventual comprovação dos desvios denunciados pelo ex-diretor da empresa Paulo Roberto da Costa possa ter sobre os números. Se alguma obra foi superfaturada, a estatal terá de descontar de seus ativos o valor desviado.

Controles internos

Para assinar qualquer balanço da empresa daqui para a frente, além da conclusão das investigações, a auditoria vai exigir que a companhia comprove que os controles internos são capazes de detectar e barrar irregularidades em outras diretorias. Por enquanto, a Petrobrás investiga possíveis irregularidades nas obras do Comperj, no Rio, e da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco.

No início do mês, a auditoria já havia informado ao conselho de administração da Petrobrás que não poderia aceitar nenhuma informação prestada pela subsidiária Transpetro enquanto fosse presidida por Sérgio Machado, também investigado na operação Lava Jato. O executivo acabou sendo afastado da função por este motivo. Machado foi acusado de ter uma evolução patrimonial incompatível com
seu cargo.

A Price informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que em razão de cláusulas de confidencialidade não pode fazer nenhum comentário sobre seus clientes.

Fonte: Estadão.

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Petrobras Cita Investigação e Adia Balanço em um Mês



A Petrobras confirmou ontem à noite que não vai divulgar hoje o resultado do terceiro trimestre do ano junto com o relatório de revisão da PwC, sua auditoria externa. Termina nesta sexta o prazo oficial dado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a apresentação das demonstrações contábeis do período. A companhia informou que estima que conseguirá publicar o balanço apenas em 12 de dezembro, e mesmo assim sem o parecer de revisão da PwC.

A Petrobras reconheceu, em nota, que o atraso se relaciona com os efeitos da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, que investiga denúncias de desvios bilionários de recursos na Petrobras.

A companhia disse que, antes de apresentar seus números, precisa aprofundar as investigações, fazer possíveis correções nos saldos do balanço e avaliar melhorias nos controles internos.

"Como é de conhecimento público, a Petrobras passa por um momento único em sua história, em face das denúncias e investigações decorrentes da 'Operação Lava Jato' conduzida pela Polícia Federal, na qual o ex-diretor de Abastecimento da Companhia, Paulo Roberto Costa, foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa e está sendo investigado pelos crimes de corrupção, peculato, dentre outros", afirmou a empresa na nota. A Petrobras disse que, considerando o teor do depoimento de Costa à Justiça Federal, em 8 de outubro, quando ele fez declarações que, se verdadeiras, "podem impactar potencialmente as demonstrações contábeis da companhia", a Petrobras vem adotando diversas providências que visam ao aprofundamento das investigações.

A Petrobras reiterou que celebrou contratos com dois escritórios de advocacia independentes especializados em investigação: um brasileiro, Trench, Rossi e Watanabe Advogados; e outro americano, Gibson, Dunn & Crutcher LLP, tendo por objetivo apurar a natureza, a extensão e os impactos dos atos que "porventura tenham sido cometidos no contexto das alegações feitas" por Costa, "bem como apurar fatos e circunstâncias correlatos que tenham impacto relevante sobre os negócios da companhia". Segundo a estatal, a contratação foi recomendada pelo Comitê de Auditoria em conformidade com as melhores práticas internacionais e autorizada pela diretoria executiva da Petrobras.

Antes da divulgação da nota, circularam ontem informações de que a PwC não iria assinar as informações trimestrais do balanço da petroleira. Segundo o Valor apurou, o argumento seria o de que, desde que a PwC se recusou a assinar o balanço, na sexta-feira passada, o processo de investigação iniciado pela Petrobras, com a contratação dos dois assessores externos, não teve tempo de avançar. As ações oscilaram ontem e terminaram o dia em queda. A ação preferencial caiu 3,61%, cotada a R$ 13,60, e a ação ordinária teve perda de 2,81%, a R$ 13,16. Procurada, a PwC disse que não faz comentários sobre seus clientes. [1]

No mercado, a projeção média de três bancos e uma corretora ouvidos pelo Valor é de que a receita da Petrobras no terceiro trimestre do ano ficou em R$ 86,8 bilhões, com alta de 11,71% em relação à receita realizada pela companhia no mesmo período do ano passado, de R$ 77,7 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) médio projetado pelas quatro casas para o terceiro trimestre foi de R$ 18,9 bilhões, 44,4% acima dos R$ 13 bilhões do período julho-setembro de 2013. E o lucro líquido médio projetado para a empresa pelos bancos ficou em R$ 4,5 bilhões, alta de 32,58% sobre os R$ 3,39 bilhões obtidos pela estatal no terceiro trimestre do ano passado. As projeções incluem Goldman Sachs, Itaú BBA, Morgan Stanley e Bradesco.

Cabe notar que a empresa é "dona" de seu balanço e pode divulgá-lo quando e como bem entender. A questão é que, para empresas de grande peso no mercado, como é o caso da Petrobras, divulgar os números sem o aval dos auditores, ou com uma posição contrária deles, é algo que pesa na reputação.

A decisão da companhia de divulgar seus números com atraso, no dia 12 de dezembro, e mesmo assim sem o parecer, mostra que não apenas os auditores, mas também a sua alta administração, não está confortável em assinar o balanço sem mais informações.

A sanção imediata da CVM para atraso na divulgação de balanços é uma multa de R$ 500 por dia de atraso. Penas mais severas, como suspensão de negociação das ações, só ocorrem após um ano de atraso. Nos Estados Unidos, as empresas estrangeiras também podem ser processadas por atraso na divulgação de informações, mas quando se trata do documento de informações anuais (20-F). A Bolsa de Nova York também prevê sanções, depois de nove meses de atraso.

[1] Efeito Arthur Andersen: já há quem afirme que a possível recusa da PWC em assinar um balanço duvidoso lembre o caso Enron e a auditoria Arthur Andersen. Naquela ocasião a auditoria validou as demonstrações contábeis fraudadas da Enron e, assim como a contratante, a auditoria perdeu credibilidade e faliu pouco tempo depois. Mesmo que a Petrobrás seja a maior cliente do mercado brasileiro, a PWC tem cliente maiores no mundo inteiro e um nome a zelar. Será que veremos uma rara Opinão Adversa de uma audioria no Brasil? É pagar para ver!

Fonte: Valor Econômico.

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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Avaliação de Empresas e Assimetria de Informação



O último número da Revista de Administração da USP (RAUSP), publicado neste mês de setembro, conta com um artigo de minha coautria que retrata a influência da assimetria de informação no processo de avaliação de empresas no Brasil, com o uso do modelo de Ohlson (1995).

Como proxy de assimetria de informação foi utilizado o modelo EHO (2002), que estima a probability of informed trading (PIN). 

Abaixo seguem informações do artigo e, em seguida, o link para seu download e leitura na íntegra.


Avaliação de empresas e probabilidade de negociação com informação privilegiada no mercado brasileiro de capitais

Autores: Luiz Felipe de Araújo Pontes Girão, Orleans Silva Martins e Edilson Paulo
Emails: luizfelipe@ccsa.ufpb.br, orleansmartins@yahoo.com.br, e.paulo@uol.com.br

Resumo
O objetivo no estudo apresentado neste artigo foi investigar a influência da assimetria de informação na avaliação de empresas no mercado brasileiro de capitais. Para tanto, foi realizado um estudo com base na mensuração da assimetria de informação na negociação de ações e no modelo de avaliação de empresas proposto por Ohlson (1995). Analisou-se a relação da assimetria informacional e os preços de 198 ações listadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBovespa), durante os quatro trimestres do ano de 2011. Os resultados sugerem que a assimetria de informações tem conteúdo informacional adicional na avaliação de empresas, principalmente para aquelas companhias não listadas nos segmentos diferenciados de governança corporativa.
Palavras-chave: modelo de Ohlson, assimetria de informação, probabilidade de negociação com informação privilegiada, valuation.

Artigo na íntegra AQUI.

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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Eike Vende Mais Uma Empresa para Pagar Bancos



Os dois maiores bancos privados brasileiros vão receber uma boa quantia em breve: US$ 400 milhões deverão ir para o bolso de Itaú Unibanco e Bradesco - e uma parte irá para o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi. Quem vai assinar o cheque é Eike Batista, que acaba de vender mais uma empresa para quitar dívidas.

A mineradora de ouro AUX, que nunca chegou a ter o capital aberto na Bovespa, foi vendida para investidores do Qatar, de acordo com informações do blog Radar On-line, de Lauro Jardim. Eike comprou a empresa em 2011, pagando US$ 1,5 bilhão por ela. Bradesco e Itaú, dois dos maiores credores do grupo EBX, haviam contribuído com US$ 1,4 bilhão.

Os últimos dias não tem sido fáceis para o megaempresário. Recentemente, a justiça mandou bloquear R$ 1,5 bilhão de suas contas bancárias, alegando problemas com a cláusula de put que o obrigava a pagar US$ 1 bilhão para a OGX quando a empresa quisesse se capitalizar. A diretoria da OGX chegou a solicitar o valor, mas Eike contestou e acabou não cumprindo o contrato.

Fonte: InfoMoney.

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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Pequenas e Médias Empresas vão Continuar Patinando no Mercado de Ações


A entrada e a manutenção de pequenas e médias empresas brasileiras no mercado de renda variável continuará sendo um desafio. Essa é a opinião de especialistas, que avaliam como insuficientes duas medidas anunciadas pelo governo, no mês passado, para fomentar esse processo. Atualmente, o movimento das PMEs rumo à Bolsa é incipiente: o Bovespa Mais, segmento da BM&FBovespa voltado para fomentar o crescimento dessa categoria de companhia via mercados de ações - criado há nove anos - não decolou. Hoje, abriga nove empresas, das quais quatro têm ações em circulação. No entanto, no dia 3 de julho, apenas os papéis da Biomm e Senior Solution haviam sido negociados.

Para atrair mais companhias do segmento e incentivar o interesse dos investidores nas ações, duas medidas entraram em vigor em junho: a primeira, divulgada pelo governo, isenta deImposto de Renda os ganhos de capital para ações de empresas com valor de mercado inferior a R$ 700 milhões; a segunda, formulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), criou o Fundo de Investimento em Ações Mercado de Acesso (FMA), que possibilita a compra de fatia de empresas abertas e fechadas. Nessa última, é necessário que o gestor participe da administração da companhia que investe.

De acordo com especialistas e membros do mercado, tais iniciativas são positivas, mas não garantem atratividade para os papéis nem diminuem o custo, que é o principal inibidor para os empresários decidirem trilhar o caminho até o IPO (oferta pública de ações, na sigla em inglês). O processo leva em média cinco anos e, de acordo com o do professor de finanças da BBS Business School Guilherme Campos, custa no mínimo R$ 1 milhão entre a criação de um departamento de Relação com Investidores (RI) e a contratação do serviço obrigatório de auditoria.

“É preciso que novos mecanismos para subsidiar esse processo de abertura de capital sejam criados. O custo da montagem do departamento de RI poderia ser dedutível do Imposto de Renda, por exemplo”, sugeriu Campos.

O Projeto de Lei 6558/2013, de autoria do deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), que tramita na Câmara dos Deputados desde outubro do ano passado, propõe que 66% das despesas com o processo de abertura de capital sejam dedutíveis do Imposto de Renda. Os custos principais são contratação de advogados e auditores, taxas à CVM, publicação e divulgação de informações ao mercado. O benefício valeria para as empresas que realizarem oferta de capital de até R$ 250 milhões.

O sócio da Mesa Corporate Governance Luiz Marcatti destaca que o baixo grau de atratividade dos ativos das companhias de pequeno porte na bolsa não encoraja os empresários a enfrentarem o longo caminho até a abertura de capital. “A empresa precisa desenvolver sistemas de informação e controle, pois a maioria ainda administra seus números com planilhas de Excel. O segundo passo seria a elaboração dos planos orçamentário e estratégico, o que algumas companhias tentam fazer internamente ou contratam o serviço de consultorias especializadas”, disse.

Interferência na gestão

A interferência de profissionais que não fazem parte da história das empresas na administração pode ser também outra dificuldade que inibe a organização para alcançar o momento do IPO.

“Geralmente, as empresas são familiares e geridas por um único administrador, com a postura igual a do pai ou do avô. Existe todo um processo de educação financeira a ser seguido. O número de empresas no Bovespa Mais é reduzido, pois o pequeno e o médio empresário não têm cultura de dividir o patrimônio”, afirmou o presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), Ricardo Teixeira.

De olho nessa demanda reprimida, grandes companhias que prestam serviços de auditoria oferecem condições diferenciadas aos empresários de pequeno e médio porte. “Embora a isenção tributária seja tímida e não esteja ajudando as empresas, o ambiente de negócios tende a melhorar, pois os juros no Brasil são altos e o mercado sempre vai ser uma opção interessante para levantar recursos”, disse o sócio da Price Waterhouse Coopers (PwC) Brasil e líder de Mercado de Capital Ivan Clark.

Clark elaborou um estudo no qual concluiu que, em meio a um universo de três milhões de pequenas e médias empresas brasileiras, 800 mostraram, em algum momento, condições para abrir capital. “Mas somente 10% estão no nível de organização adequado para entrar no mercado. As outras 720 vão precisar de auxílio. É aí que entra nossa contribuição”, disse.

A PwC montou, há cinco anos, uma área específica para atender companhias de menor porte e oferece tabelas diferenciadas para adequar o custo do serviço à realidade do empresário. A KPMG também oferece um estudo dos honorários com base no tamanho da companhia.

Fonte: Brasil Econômico.

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terça-feira, 10 de junho de 2014

Vitória Brasileira na Copa Impulsionaria Ações no Mercado


Se o Brasil vencer a Copa do Mundo, seu mercado de ações provavelmente compartilhará dessa glória. O mercado acionário num país vencedor tem um desempenho acima dos mercados mundiais de em média 3,5% no mês após a vitória, de acordo com um relatório do Goldman Sachs Group Inc. O banco atribui ao Brasil uma probabilidade de 48,5% de vencer a Copa, seguido pela Argentina com 14,1%. O relatório também apontou que os mercados de ações de países vencedores exibiram um desempenho cerca de 4% inferior nos 12 meses seguintes à vitória.

Assim, esse jogo é de curto prazo. Em um horizonte mais longo, as apostas envolvem um aprofundamento maior no volátil cenário político brasileiro. Muitos cidadãos estão irritados com a presidente Dilma Rousseff e os US$ 11 bilhões gastos com os preparativos para a Copa do Mundo, em detrimento a necessidades prementes como investimentos no sistema de saúde. Desde que Rousseff tomou posse em 1º de janeiro de 2011, o Índice Bovespa caiu cerca de 26%. ETFs americanos que refletem o desempenho de ativos brasileiros subiram, recentemente, com a divulgação de uma pesquisa mostrando queda nas intenções de voto em Dilma, na expectativa de que um novo governo possa impulsionar a economia.

Investidores estrangeiros mais agressivos que acreditam no potencial do Brasil podem encontrar, negociados nas bolsas americanas, 10 fundos que acompanham a situação no país.

Fonte: Valor Econômico.

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Micro e Pequenas Poderão ir ao Mercado de Capitais sem Saírem do Simples


Emenda incluída de última hora no projeto de lei do Simples vai permitir que as micro e pequenas empresas (MPEs) acessem ao mercado de capitais sem terem que deixar o regime de tributação simplificada do programa. O adendo, que ainda é avaliado pelo governo, foi acolhido para permitir que o relator fizesse outras modificações pedidas pelo Palácio do Planalto e foi aprovado junto com o texto base da proposta na Câmara dos Deputados.

O Simples reduz a carga tributária e burocracia para as MPEs que, pela emenda aprovada, vão poder receber investimentos de pessoas físicas ou jurídicas, incluindo as sociedades anônimas (SAs), entre outras previstas no código civil brasileiro, e fundos de investimento privados (FIP).

O Estatuto da Micro e Pequena Empresa, de 2006, veda a adesão ao Simples das MPEs que tenham entre seus proprietários outras pessoas jurídicas ou pessoas físicas que sejam acionistas relevantes ou diretores de outras empresas.

A proibição serviria para impedir que empresários criassem novas empresas quando estivessem próximos de atingir o teto de faturamento do Simples (R$ 3,6 milhões), o que os obrigaria a deixar o programa e pagar impostos mais pesados. Mas, como reconhece o próprio governo, essa fraude já tem ocorrido com micro e pequenas empresas abertas em nome de "laranjas" - geralmente parentes.

Para o deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), autor da emenda, a mudança vai permitir que as micro e pequenas empresas tenham acesso a fonte mais barata de dinheiro. "Hoje a única alternativa é pegar empréstimos em bancos, que são muito caros, ou recorrer a programas governamentais", diz. "Ao terem acesso ao mercado de capitais, os micro e pequenos empreendedores vão ter condições de se capitalizarem por um custo menor", afirma.

A emenda foi patrocinada por empresários que pretendem atrair recursos por meio de uma plataforma de financiamento coletivo ("crowdfunding"). O presidente do Instituto de Economia Criativa, Adolfo Melito, diz que o grupo estuda sugerir duas opções: ou contrato de opção de compra de participação no capital da MPE, com prazo de três anos, ou a formação de Sociedade em Conta de Participação (SCP), com distribuição de lucro.

"Uma instrução de 2003 da CVM já permite que as micro e pequenas empresas tenham acesso ao mercado de capitais, mas, como perdem a possibilidade de optar pela tributação do Simples, ninguém tem interesse", diz Melito. "Há pelo menos uma dúzia de empresas com interesse em lançar plataformas de captação de investimentos, só que isso só vai para a frente se a mudança na legislação for aprovada", afirma.

Como foi incluída de última hora no projeto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão do Ministério da Fazenda que regula o mercado de capitais, ainda não foi chamada a dar seu parecer sobre a emenda. O posicionamento vai ficar ou para a discussão no Senado ou para decidir se haverá veto do governo, já que há acordo com os senadores para aprovar a proposta de maneira célere antes das eleições.

A Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República, que tem status de ministério, afirmou ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, não ter ainda nenhuma posição sobre o texto.

O setor de serviços, teoricamente o mais beneficiado, também não fez por enquanto prognóstico de qual seria o impacto da emenda. "Apesar de ser uma proposta criativa, moderna e boa para o fortalecimento do segmento das micro e pequenas empresas, ainda é prematuro fazer maiores avaliações", diz o economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Antônio Chaves Junior.

Para o deputado Guilherme Campos (PSD-SP), presidente da Frente Parlamentar das Micro e Pequenas Empresas, o acesso ao mercado de capitais seria mais voltado a empresas de tecnologia. "É difícil imaginar uma padaria se capitalizando por esta forma, mas pode haver espaço para isso em startups", pondera.

A Câmara já aprovou o texto base do projeto que pretende universalizar o acesso ao Simples para praticamente todas as categorias econômicas - ficariam de fora as indústrias de tabaco e bebidas. Os deputados votariam ontem os 15 destaques restantes para fazer alterações à proposta, como a tentativa de inclusão dos setores que ficaram de fora, mas divergências sobre as emendas empurram a votação para outro dia.

Fonte: Valor Econômico.

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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Eike Batista Nega Uso de Informação Privilegiada


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) acusa Eike Batista de ter negociado com ações da OSX de posse de informação privilegiada. Em outro processo, o empresário também é acusado de "insider trading" com papéis da OGX. No caso da empresa naval, a investigação se concentrou na venda de 9,9 milhões de ações da empresa, em 19 de abril de 2013. A operação somou R$ 33,7 milhões, ao preço médio do papel de R$ 3,40.

A justificativa dada pelo empresário foi a necessidade de enquadrar a quantidade de ações da empresa em circulação na bolsa (free float) ao mínimo de 25% exigido pelo Novo Mercado. A data em que foi efetuada essa venda era o último dia do prazo de um mês concedido pela bolsa para a adequação. Se ela não acontecesse, OSX pagaria multa.

No entanto, a CVM observa que, em 15 de abril de 2013, quatro dias antes da operação, o conselho de administração da OSX, do qual Eike faz parte, discutiu um plano de atualização dos negócios da empresa que foi divulgado um mês depois, em 17 de maio. O plano contemplava redução de investimentos e despesas, venda de ativos, entre outros pontos, que impactaram negativamente as ações.

Para a acusação, feita pela Superintendência de Relações com Empresas (SEP), "não resta dúvida" de que Eike negociou com ações da OSX já com o conhecimento do plano. Se ele precisava adequar o "free float" num momento em que tinha informação relevante, deveria ter tomado algumas precauções, observa a SEP. Entre elas divulgar a intenção da companhia em atualizar o plano; solicitar prazo adicional para a adequação à bolsa, esclarecendo a razão; ou ter feito a operação antes da reunião de 15 de abril, já que o prazo dado pela bolsa para o ajuste iniciou em 18 de março.

A acusação ressalta ainda que o fato de haver uma justificativa para a venda das ações não afasta a proibição da negociação com informação ainda não pública. "Admitir que tal justificativa pudesse afastar a prática de 'insider trading' poderia dar margem a situações oportunistas em que, uma vez de posse de informação privilegiada e havendo qualquer justificativa minimamente razoável, os participantes de mercado negociem ações com a finalidade se auferir vantagem sem caracterizar ilícito". Nos cálculos da autarquia, Eike evitou prejuízo de R$ 10,5 milhões, pois depois da divulgação do plano, as ações caíram para R$ 2,34.

Darwin Corrêa, sócio do escritório PCPC - Paulo Cezar Pinheiro Carneiro Advogados, que faz a defesa de Eike, diz que a acusação formulada é "desprovida de base legal". "As ações foram vendidas na data fatal fixada pela BM&FBovespa e apenas na quantidade necessária para enquadramento do "free float" da OSX. A conduta de Eike Batista foi de boa-fé e motivada pelo estrito cumprimento de dever legal", afirma Corrêa. "Tampouco havia informação relevante pendente de divulgação. E na mesma época questionada, Eike aportou mais capital na OSX para honrar a 'put option' outorgada em favor da companhia, incorrendo em centenas de milhões de reais de prejuízo", disse.

Junto da divulgação da atualização do novo plano de negócios, em 17 de maio de 2013, Eike comprou R$ 240 milhões em ações da OSX para honrar a opção de venda (put) que concedeu à empresa na abertura de capital. O empresário pagou R$ 40,14 por ação, preço 34 vezes superior ao preço médio de mercado do dia. Segundo a defesa, a transação acarretou prejuízo imediato ao empresário de R$ 234 milhões. Os advogados questionam o fato de esses acontecimentos não terem sido explorados pela peça acusatória da CVM.

Ainda segundo a defesa, a acusação não reconhece que os minoritários foram beneficiados pela venda de ações de Eike, que aumentou a liquidez das ações. Para o advogado, a mera sequência dos fatos descaracteriza qualquer infração administrativa ou criminal de uso indevido de informação privilegiada. Ao contrário de auferir vantagem, diz, o empresário teve prejuízo. Além disso, alega que, em resposta a ofício da CVM, a OSX informou que a elaboração do novo plano de negócios só se iniciou em 30 de abril de 2013, apesar de reunião anterior ter tratado do tema.

Fonte: Valor Econômico.

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quarta-feira, 21 de maio de 2014

JBS Solicita à CVM Registro de IPO de Subsidiária


A JBS confirmou as expectativas e solicitou ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o registro da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da subsidiária JBS Foods na BM&Bovespa. A JBS Foods reúne as operações de aves, suínos e alimentos processados da JBS no Brasil. A JBS Foods também é a dona da marca e das fábricas da Seara, comprados da concorrente Marfrig no ano passado.

Conforme o Valor já informou, o IPO da JBS Foods poderá movimentar até R$ 3 bilhões, de acordo com fontes que acompanham o processo. Para conduzir a operação, a JBS contratou um consórcio de bancos que inclui Itaú BBA (coordenador líder), Bradesco BBI, BTG Pactual, Banco do Brasil, J. P. Morgan, Santander, Bank of America Merrill Lynch, Morgan Stanley e HSBC.

No comunicado em que anunciou o pedido de registro do IPO, a JBS informou que novos detalhes serão divulgados "oportunamente". O pedido de registro não significa que a empresa tem pressa em realizar a operação. A ideia da JBS é estar preparada para quando as condições de mercado forem mais favoráveis, o que pode deixar a oferta mais para o fim do ano.

No primeiro trimestre, a JBS Foods registrou uma receita líquida de R$ 2,780 bilhões, o que representou mais de 10% da receita total da JBS no período. Entre janeiro e março, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 379,8 milhões e a margem Ebitda atingiu 13,7%. Foi a maior melhor margem entre as cinco divisões do grupo.

Esse desempenho da JBS Foods indica que a reestruturação da Seara, que enfrentava dificuldades quando estava sob a gestão da Marfrig, tem sido mais rápida do que o inicialmente esperado, afirmou na semana passada o CEO da JBS Foods, Gilberto Tomazoni, em teleconferência com analistas de mercado.

O IPO da JBS Foods é mais um passo na estratégia de expansão da família Batista. Desde o fim do ano passado, a empresa gastou pelo menos R$ 460 milhões em aquisições de empresa de aves e suínos para a JBS Foods, e essa cifra deve aumentar ainda mais.

Na semana passada, o CEO da JBS, Wesley Batista, indicou que a JBS Foods continua "ativa" em busca de aquisições. "Temos condição de expandir nosso negócio de processados. Temos balanço para fazer isso e estamos ativos em olhar as oportunidades", afirmou ele. A JBS Foods já detém 17% dos abates de aves no Brasil.

Fonte: Valor Econômico.

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segunda-feira, 12 de maio de 2014

ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO NA NEGOCIAÇÃO DE AÇÕES, CARACTERÍSTICAS ECONÔMICO-FINANCEIRAS E GOVERNANÇA CORPORATIVA NO MERCADO ACIONÁRIO BRASILEIRO


Recentemente tive o resultado de uma pesquisa sobre assimetria de informação na negociação de ações no mercado brasileiro de capitais, em parceria com o professor doutor Edilson Paulo, publicada pela Revista Contabilidade & Finanças da USP, uma das mais conceituadas no Brasil. A seguir é apresentado seu resumo. Ao final desta postagem, pode ser acessado o texto na íntegra.

ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO NA NEGOCIAÇÃO DE AÇÕES, CARACTERÍSTICAS ECONÔMICO-FINANCEIRAS E GOVERNANÇA CORPORATIVA NO MERCADO ACIONÁRIO BRASILEIRO

RESUMO

MARTINS, Orleans Silva  e  PAULO, Edilson. Assimetria de informação na negociação de ações, características econômico-financeiras e governança corporativa no mercado acionário brasileiro. Rev. contab. finanç. [online]. 2014, vol.25, n.64, pp. 33-45. ISSN 1808-057X.

Este estudo buscou investigar as relações existentes entre a assimetria de informação na negociação de ações, as características econômico-financeiras e a governança corporativa das empresas abertasno mercado acionário brasileiro nos anos de 2010 e 2011.Para isso,o estudo se apoiou em um referencial teórico acerca da assimetria de informação no mercado de capitais para mensurar sua magnitude a partir dos dados intradiários de negociação das ações de 194 empresas. Os principais resultados apontaram que a assimetria informacional na negociaçãodas ações esteve relacionada de forma positiva com orisco, o retorno ea liquidez das ações, além do custo de capital próprio e do tamanho das firmas. Por outro lado, esteve negativamente relacionada como retorno anormal dasações. No período investigado, as relaçõesda assimetria de informaçãocom a liquidez e o tamanho (positivas) e com o retorno anormal (negativa) seapresentaram em desacordo com pesquisas anteriores. As justificativas para esses resultados podem estar ligadas aos aspectos particulares do mercado brasileiro. No caso do retorno anormal, a desaceleração do Índice Bovespa(Ibovespa) ou o reflexo do retorno médio para os negociadores sem informação privilegiada no período. No caso da liquidez e do tamanho, o alto índice de emissão e negociação de ações preferenciais.Dessa forma, esta pesquisa contribui para a análise das características idiossincráticas do mercado de capitaisde umpaís emergente, como a assimetria de informação existente na negociação de ações e sua associação com as características econômico-financeiras e a governança corporativa das firmas no mercado acionário brasileiro.

Palavras-chave : Informação privilegiada; Insider trading; Mercado de capitais.

Texto na íntegra AQUI.

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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Informação Privilegiada de Sarney no Banco Santos?


O Ministério Público Federal de São Paulo entregou à Procuradoria-Geral da República um parecer em que aponta "elementos concretos de possível prática de delito" envolvendo o senador José Sarney (PMDB-AP) no caso do Banco Santos. O escândalo envolvendo o banqueiro Edemar Cid Ferreira aconteceu em novembro de 2004, quando a instituição sofreu uma intervenção do Banco Central. Sarney, por sua "relação estreita" com o banqueiro, teria se beneficiado da notícia de que o banco passaria por um processo, resgatando 2,159 milhões de reais (em valores da época) antes de o BC intervir. 

Em manifestação de 48 páginas, o MPF deixa a critério da Procuradoria-Geral da República eventual enquadramento penal de Sarney. O documento destaca que a data do saque ocorreu "apenas um dia antes da intervenção" e aponta a "proximidade de Sarney com Cid Ferreira, amigos íntimos há mais de três décadas". A Procuradoria da República pede à Justiça Federal que remeta os autos ao Supremo Tribunal Federal (STF). O processo deverá ser conduzido na Suprema Corte porque Sarney tem foro privilegiado e apenas o STF detém poder constitucional de processar e julgar senadores.

O MPF assinala que o banqueiro e sua mulher são padrinhos de casamento da filha de Sarney, a governadora Roseana Sarney (PMDB), do Maranhão. Cita o depoimento de uma ex-executiva do Banco Santos, que afirmou ter recebido um manuscrito contendo instruções para efetivação do resgate, "documento este que se apurou ter sido escrito por Cid Ferreira, entre outros elementos constantes da apuração da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)".

A intervenção do BC alcançou o Banco Santos e a Santos Corretora de Câmbio e Valores devido "ao comprometimento da situação econômico-financeira" da instituição. O BC comunicou rombo de 2,3 bilhões de reais e perda de liquidez no banco.

A Polícia Federal abriu inquérito para apurar o caso. Em dezembro de 2006, o banqueiro foi condenado a 21 anos de prisão por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.  Cid Ferreira reagiu às acusações e recorreu ao Tribunal Regional Federal.

A CVM analisou em que condições foram realizados os resgates mais representativos em termos financeiros nos fundos sob administração do Banco Santos na semana de 8 a 12 de novembro de 2004 e se houve insider trading - informação privilegiada - e favorecimento a cotistas que evitaram perdas.

Sarney era cotista exclusivo do Fundo Titanium FAQ, que aplicava suas cotas no Santos Credit Yield FIF e Santos Credit Master FIF. Do valor resgatado, 2.059.541,91 de reais foram para a conta do senador no Banco do Brasil e 100.000 reais para sua conta no próprio Banco Santos. A transferência ocorreu no dia 11 de novembro de 2004, um dia antes da intervenção.

Privilégios - À CVM, Sarney afirmou não ter recebido informação privilegiada e que uma das razões que o levaram a retirar os recursos é que era fato "público e notório" que o banco atravessava "dificuldades financeiras". Outra justificativa para a retirada dos recursos do Titanium FAQ, anotou Sarney, residiu no fato de a gerente de conta que o atendia há bastante tempo e que cuidava de seus recursos, Fernanda Amendola Bellotti, ter sido demitida no início de novembro de 2004.

A CVM arquivou a apuração por "não ser possível construir e respaldar uma acusação de uso indevido de informação privilegiada em face do cotista José Sarney".

O MPF vê indícios de crime. "Embora estejamos diante de 'valores mobiliários' caberá ao procurador-geral da República e ao STF analisar o enquadramento típico da conduta (de Sarney)." 

Fonte: Veja.

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