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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Governança é, Sim, para Todos


Comum nas grandes corporações, as práticas de governança corporativa— que exigem transparência nas informações e prestação de contas, entre outras responsabilidades— começam a ganhar espaço no investimento de grupos franqueadores e também nas micro, pequenas e médias empresas brasileiras. Mais do que o custo para a contratação de um profissional para implementar processos, o maior desafio é tornar a governança parte da cultura de um segmento que, em geral, é formado por empresas familiares.

Grandes redes franqueadoras, muitas delas do setor de cosméticos e alimentos e que tem como parceiras fundos de investimento, há tempos inseriram a governança como parte de seus planos de desenvolvimento. A técnica, no entanto, ainda é tímida no Brasil, diz Raul Monegaglia, da KBM Advogados. Mas tem tudo para dar certo por aqui. Basta as empresas começarem a “pensar grande”. “Primeiramente, as empresas devem conhecer os pilares da governança corporativa para entender o que isso pode mudar na forma como encaram a própria empresa e a relação com seus parceiros. Trabalhar com transparência, prestação de contas, equidade e responsabilidade são os mandamentos que sustentam a governança.

A partir desse conhecimento, o desafio é colocar tudo isso em prática”, destaca Monegaglia. O problema está justamente aí, diz o advogado. Quando se tem uma empresa familiar, o dono, em geral, não vê como primordial prestar contas a todos. “É uma questão de cultura. E esse é o maior investimento que uma empresa precisa fazer: aprender a mudar a sua forma de pensar. As companhias que atuam como Sociedades Anônimas, precisam prestar contas e usar de toda a transparência nas relações. Mas franqueadoras que têm, por exemplo, 50 franqueados, podem e devem utilizar ao menos as práticas básicas”, alerta o advogado.

As vantagens para os resultados das companhias, diz ele, vão desde a maior clareza na tomada de decisões ao desenvolvimento de processos internos e regulamentos de forma mais transparente. “Também a transparência e a credibilidade a terceiros ficam mais evidentes. Além disso, com a empresa trabalhando de forma direta, envolvendo os funcionários em seu planejamento, eles são os primeiros a responder com engajamento a essa nova visão. Isso reduz o custo de capital e agrega valor à empresa”, avalia. O advogado ainda destaca como ponto positivo a maior facilidade na atração de investidores, tanto para grupos franqueadores quando para empresas de pequeno e médio porte. “Como movimento de consolidação do mercado de franquias, as empresas que se utilizarem dessas boas práticas poderão atrair investidores externos, bem como agregar valor na hora de uma eventual venda ou fusão com outros grupos”, comenta.

Fonte: Brasil Econômico.

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