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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Governo Pode Usar Impostos para Conter Inflação


O governo pode reduzir tarifas de importação ou voltar a lançar mão de desonerações tributárias como forma de combater a eventual pressão inflacionária que pode advir da recente desvalorização do real, afirmou ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após participar de encontro com cerca de 400 empresários. Mantega disse que por enquanto o impacto da perda de valor do real para os preços neste ano foi pequeno, "o que não significa que não vai ocorrer". Ainda assim, o ministro enfatizou que a inflação está sob controle e que o governo não vai permitir "grandes repasses ou contágio da questão cambial sobre a inflação".

Como o atual movimento de desvalorização do real é reflexo de desdobramentos externos, com a sinalização dada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que a autoridade monetária deve começar a reduzir estímulos monetários possivelmente ainda neste ano, é preciso aguardar os próximos passos do Fed para saber se o atual patamar do real é permanente. "Se durar tempo mais longo, vamos ver o que tem que ser feito para contrabalançar o impacto sobre inflação", disse Mantega. O ministro ainda afirmou que não há decisão tomada de elevar o preço da gasolina, o que tem sido alvo de especulação por causa da pressão do câmbio sobre o caixa da Petrobras.

Mantega ponderou que não acredita que a volatilidade do mercado cambial vá durar muito tempo, já que os mercados tendem a se estabilizar quando o Fed deixar mais claro como se dará a retirada de estímulos, que por enquanto tem sido mal comunicada pelo Fed, na avaliação do ministro. Até lá, o governo tem à disposição um arsenal de medidas que podem ser adotadas para conter turbulências e deixar que o mercado encontre nível de equilíbrio para a taxa de câmbio. Bem humorado, o ministro afirmou, no entanto, que não sabe qual é esse patamar. "Não sei qual é e não falo nem para mim mesmo para não deixar escapar para jornalistas", brincou.

Segundo Mantega, os emergentes passam por uma "mini-crise". Os desdobramentos, contudo, serão menos sérios do que os da crise europeia de 2011, que levou o crescimento brasileiro a desabar nos dois anos seguintes, porque o Brasil tem reservas e dívida menor. Segundo Mantega, o país não precisou se desfazer de nenhum "tostão" das reservas, ao contrário de outros emergentes.

Para 2014, Mantega projeta crescimento de 4%, com base na perspectiva de que as concessões de infraestrutura vão fazer o investimento deslanchar e que a economia global estará em recuperação. Já os analistas continuam mais céticos. De acordo com o Boletim Focus do Banco Central, divulgado ontem, o mercado projeta expansão da economia doméstica de 2,2% neste ano e de 2,4% para 2014. Com a disparada recente do câmbio, a mediana das estimativas para inflação neste ano também subiu, ao passar de 5,74% para 5,8%. Para 2014, as estimativas para o IPCA, que vinham em queda há três semanas, voltaram a aumentar e saíram de 5,8% para 5,84%.

Fonte: Valor Econômico.

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