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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O Governo Distorceu o Mercado Salarial do País - 3

Em média, um candidato a esses concursos públicos, que mora em uma cidade grande ou capital, gasta 12,4 mil reais por ano em apostilas, cursos, passagens, alimentação e inscrições, supondo que faça apenas três concursos a cada ano.


Por ano realizam esses concursos mais de cinco milhões de candidatos. Multiplicando este número pelo que cada candidato gasta anualmente, chega-se a mais de 60 bilhões de reais, que representa o limite superior do valor do mercado de concursos no Brasil. É um valor surpreendente, principalmente porque fica fora do mercado produtivo e agrega pouco à economia que desenvolve o País, apesar do montante, porque não é atividade formativa ou produtiva.


Os chamados concurseiros não aprendem matérias nesses cursos, apenas procedimentos para passar nas provas. Assim, não assimilam conhecimento, nem ganham diplomas, nem se graduam, apenas são treinados para marcar as respostas adequadas nos questionários. Esse processo não gera riqueza para o País, apenas movimenta o dinheiro entre os cursinhos de concursos, as entidades que aplicam os concursos e aquelas que produzem as apostilas para os concursos.


Um mercado potencial estimado em 60 bilhões de reais se auto-mantém, estimulando a abertura de novas vagas, que não param de serem abertas, mesmo em áreas sabidamente saturadas de funcionários incompetentes. É notória a ineficiência do judiciário, que acumula milhões de processos sem julgamento, mesmo com o número enorme de juízes abarrotando os fóruns e centenas de milhares de bacharéis em direito que se formam todos os anos.


Entretanto, nos concursos passam apenas os candidatos formados nas melhores escolas, que são as universidades públicas. O que não deixa de ser interessante analisar. As melhores instituições, aquelas que formam os melhores candidatos, que passam nos concursos, são as universidades federais. E nessas instituicões os salários são bem mais baixos que aqueles pagos em outras entidades do governo federal.


A retirada de profissionais da esfera produtiva para essas carreiras de Estado provoca outra distorção, visto que tais carreiras não agregam produção. Milhares de engenheiros e outros profissionais deixam empregos ou carreiras produtivas para se dedicar a esses concursos.


Porém, nem há tantas vagas assim por certame. Provavelmente abrem menos que mil vagas por ano, considerando todos os concuros realizados. Mas a propaganda das entidades promotoras de concursos é grande, atrai muitos candidatos e o movimenta esse enorme mercado de ilusões.


Fonte: Jornal do Commercio.

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