O Empreendedor Brasileiro Não Sabe Lidar com o Fracasso
A Ernst & Young realizou entrevistas com empresários ao redor do mundo para traçar as características de líderes empresariais.
Paulo Sérgio Dortas, sócio da Ernst & Young Terco, fala sobre as semelhanças com o empreendedor brasileiro.
Temos muito em comum com os empreendedores de outros países?
Sim, a diferença é que boa parte daqueles que estão no exterior acreditam que ter passado por uma empresa foi decisivo para o seu sucesso, enquanto aqui no Brasil vemos que poucos saem da iniciativa privada para empreender, eles fazem isso ao longo de toda a vida.
Acredito que o empreendedorismo esteja no espírito latino, de querer ser o próprio patrão.
Isso quer dizer que o empreendedor brasileiro tem mais pressa em ter seu próprio negócio?
Um pouco. É comum que um funcionário nos Estados Unidos esteja na empresa na décima tentativa de empreeender.
Mas eles têm mais autoestima e o mercado vê como natural fracassar, retomar e insistir. O empreendedor brasileiro não sabe lidar com o fracasso.
A geração Y - pessoas com até 29 anos - é a mais empreendedora, de acordo com a pesquisa. Qual a razão?
Antes o funcionário esperava mais para subir de cargo. Hoje no terceiro ano de empresa ele já quer independência, com cinco anos na mesma companhia já quer ser sócio.
Talvez pelo volume de informações ou pelo maior acesso a elas, as pessoas têm essa ansiedade de realizar as coisas rapidamente.
Se o jovem não consegue isso, ele acaba montando a própria empresa ou vai para outra onde será melhor remunerado ou estar em uma posição de liderança. Hoje não se busca só riqueza, estamos no momento de buscar a liderança.
Fonte: Brasil Econômico.
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