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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Mundo Assume e Escancara ‘Guerra Cambial Internacional’



Depois que o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, quebrou o gelo, países chave da economia mundial parecem se sentir cada vez menos culpados em usar o Estado para enfraquecer suas moedas. Agora, a culpa é sempre dos outros.
Mantega afirmou na semana passada que o mundo está vivendo uma “guerra cambial internacional”. No dia seguinte, a frase do ministro foi manchete (principal notícia do dia, no jargão jornalístico) do “Financial Times”. Um comentarista do mesmo jornal disse que a “guerra cambial” já existia, mas ninguém queria admitir.

Guerra escancarada
Agora, no entanto, essa batalha está se tornando escancarada e a expressão “guerra cambial” está na pauta do dia da imprensa e da política internacional. “Quando as maiores economias com taxa de câmbio subvalorizada impedem suas moedas de se apreciarem, isso incentiva outros países a fazer o mesmo”, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Gheitner, conforme registrou o “Wall Street Journal”. Ou seja, se o outro pode, eu posso.
site da Nasdaq, a bolsa de valores dos EUA que reúne empresas de tecnologia, afirma que o dólar cai devido à intensificação da “guerra cambial”. Martin Wolf, colunista do “Financial Times”, publicou hoje um artigo com o título: “Como lutar contra a China na guerra cambial”.

Medidas contra dólares
Com o discurso de defesa do câmbio flutuante, o Brasil dobrou a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para tentar reduzir o ritmo de entrada de dólares no País, permitiu que o Fundo Soberano compre a moeda americana (para evitar que ela inunde o mercado) e ampliou em US$ 10,7 bilhões o poder de o Tesouro Nacional comprar o dinheiro que vem de fora.
O Japão reduziu a zero sua taxa de juros, desincentivando a entrada de capital estrangeiro, e lançou um programa de compra de ativos que ajuda a depreciar o iene. O banco central da Suíça desde julho gastou mais de 14 bilhões de francos suíços na compra de dólares, informou o “Financial Times”. A Austrália também reduziu sua taxa de juros, e a Coreia do Sul aumentou a supervisão estatal sobre o fluxo cambial, noticiou o “Wall Street Journal”.
Os EUA, para se protegerem da invasão de produtos chineses, votaram uma medida que aumenta o poder do presidente Barack Obama de impor tarifas sobre quase todas as mercadorias importadas do país asiático, fato que foi comentado em editorial do “New York Times“.

Enxurrada de dinheiro
Enquanto isso, os EUA continuam inundando o mundo com dólares. Segundo o site Forex Crunch, o país já imprimiu US$ 1,75 trilhão desde março de 2009. A nação que gerou a crise financeira internacional está com uma taxa de desemprego que é a terceira maior desde 1948, para meses de agosto, como mostra um gráfico do “Wall Street Journal”.
O déficit nas contas públicas dos EUA aumentou de cerca de US$ 200 bilhões em agosto de 2007 para US$ 1,3 trilhão neste ano, aponta o site Briefing.com. Isso significa que sextuplicou a quantidade de dólares que o governo norte-americano necessita imprimir ou tomar emprestados para pagar suas contas.
Esse dinheiro não fica inteiramente dentro dos EUA. Ao contrário, grande parte sai de lá. O déficit da balança comercial vem aumentando desde maio de 2009, quando estava em menos de US$ 30 bilhões e agora está em mais de US$ 40 bilhões, ainda segundo o Briefing.com.

Capital dribla IOF
Parece até que ninguém mais aguenta tanto dinheiro americano circulando por aí. Mas não é o caso. José Paulo Kupfer, aqui do Estadão, explica que países como o Brasil precisam de poupança externa para financiar o seu desenvolvimento. A dificuldade é direcionar esse dinheiro para investimento de longo prazo.
O governo taxou com IOF de 4% apenas o capital estrangeiro que vai para o mercado financeiro. Mas nada impede que as empresas enviem para cá o seu dinheiro na forma de investimento estrangeiro direto, que paga apenas 2% de IOF, e depois o apliquem no mercado financeiro. O resultado é que entram dólares, o real sobe, e esse dinheiro que entra nas nossas fronteiras não vai (ao menos não integralmente) para as grandes obras de infraestrutura de que o País necessita.

Fonte: Radar Econômico.

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