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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Brasil Cresce com 'Duas Pernas Mancas', diz Ministro da Fazenda


A economia brasileira está crescendo com "duas pernas mancas" nos últimos anos por conta do "financiamento ao consumo escasso" e da crise financeira internacional, segundo análise feita nesta quarta-feira (11) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para empresários. [1]

"Nos últimos cinco anos, estamos crescendo gradualmente com vento contrário da economia internacional. Se conseguirmos um vento a favor, ou de popa, a partir da recuperação da economia internacional, e com alta do crédito ao consumidor, teremos duas novas forças dinamizadoras para a economia brasileira", declarou o ministro da Fazenda.

Segundo ele, a taxa de inadimplência dos consumidores está caindo, o que vai facilitar o crédito para o setor. "O crédito para o consumo está escasso no Brasil. Ao contrário do crédito para investimento, que é abundante. Para automóveis, vem caindo. Não só não está crescendo, como está caindo", acrescentou ele. "Significa que a economia brasileira está crescendo com duas pernas mancas: de um lado financiamento ao consumo escasso e, de outro lado, a crise internacional que nos rouba parte da possibilidade de crescimento", completou.

O ministro disse ainda que a economia brasileira possui alicerces fortes. "A inflação está sob controle. Temos resistido bravamente a choques de ofertas, a secas nos Estados Unidos, que elevam preços dos alimentos. E temos também absorvido a desvalorização cambial [alta do dólar] que ocorre no país nos últimos dois anos (...) Embora ajude ao setor produtivo, causa pressão inflacionária. Em 2013, são dez anos que cumprimos as metas de inflação. O IPCA de novembro somou 0,54% e veio abaixo das expectativas. Poderemos ter em 2013 inflaçao menor do que tivemos em 2012 [5,84%]", afirmou. [2]

Economia internacional

Sobre a economia internacional, o ministro afirmou que há uma "boa notícia". "A economia internacional está dando sinais de recuperação. Temos sinais mais fortes nos Estados Unidos. Está recuperando seu mercado consumidor, aumentando vendas de imóveis, preços de imóveis. Temos uma luz no final do túnel para os países avançados. Mesmo a União Europeia, que bateu no fundo do poço, já da sinais de recuperação. Os consumidores estão voltando a consumir. Temos chance de crescimento em 2014", declarou ele.

No caso da economia brasileira, ele vê manutenção do processo de "trajetória de recuperação gradual", que, em sua visão, deve continuar em 2014. "Auais são as forças que estão impulsionando esssa retomada: a forte expansão do investimento, que, em 2013, já cresceu 6,5% até outubro [formação bruta de capital fixo]. Há uma franca recuperação do investimento", concluiu.

[1] Esse tal "financiamento ao consumo escasso", ao qual se refere o Ministro, está diretamente ligado ao problema do endividamento interno das famílias brasileiras. Em parte, os brasileiros estão aumentando seu nível de consumo com "capital de terceiros", pois pouco se cria de riqueza interna. Em uma empresa, é como se o passivo exigível estivesse crescendo mais rápido do que o patrimônio líquido.

[2] A colocação "inflação sob controle" é altamente questionável, sob alguns pontos de vista. Claramente, não é de hoje, que o Governo Federal tem se utilizado de artifícios para "travar" a inflação. Exemplo disto é a retardação do ajuste do preço dos combustíveis derivados de petróleo na Petrobrás, onde é acionista majoritário. Há tempos a estatal tem apresentado resultados pífios e desvalorização no mercado de capitais devido a esta política do Governo.

Fonte: G1.

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