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terça-feira, 28 de junho de 2011

Modelo de Harvard



Por Luiz Renato de Araújo Pontes
Pró-Reitor/UFPB

Existe uma cultura nos Estados Unidos, na qual egressos das universidades americanas e setor privado fazem doações de recursos financeiros com o objetivo de contribuir com as instituições de ensino e pesquisa. Assim, os orçamentos das universidades americanas são constituídos de recursos do governo, anuidades, mais os recursos captados através das doações.

A Universidade de Harvard, por exemplo, possui grande parte de seu orçamento anual, de quase R$ 6 bilhões, por captação de recursos via doações.

A Universidade de São Paulo, seguindo o mesmo molde da Universidade de Harvard (USA), espera captar recursos para pesquisa através de doações financeiras do setor privado e dos ex-alunos. Para essa finalidade, foi criado um fundo de investimento que será gerenciado por uma empresa, Endowments do Brasil. As doações serão aplicadas no mercado financeiro e os lucros das aplicações irão para projetos.

Esta iniciativa da Universidade de São Paulo é importante e pode ser que no futuro próximo as universidades brasileiras possam acrescentar aos seus orçamentos recursos captados por doações. Entretanto, para que isso venha efetivamente ocorrer com sucesso, será preciso que as nossas universidades adquiram uma nova cultura de gestão de forma que as suas relações com alunos, ex-alunos e a sociedade sejam mais próxima.

Nas universidades americanas e na Europa, o relacionamento com os ex-alunos é feito com muito profissionalismo. Existem dentro da própria estrutura organizacional das universidades, departamentos de relações responsáveis para interagirem com as associações de egressos. Essa relação, da universidade com seus ex-alunos beneficia a todos.

A relação mais próxima da universidade com seus egressos possibilita a abertura de estágios para os novos alunos, perspectiva de trabalho, captação de recursos, entre outras oportunidades. É através do egresso que todo esforço realizado pela instituição, na sua formação, será colocado a serviço da sociedade, e através dele as universidades podem também acompanhar as transformações da sociedade.

Lamentavelmente, no Brasil, muitas universidades e gestores desconhecem o conceito de relacionamento com ex-alunos. O pensamento dominante, equivocado, é que a responsabilidade com o aluno inicia quando ele começa seu curso e termina quando esse mesmo aluno conclui seu período na universidade.

É importante salientar que a iniciativa, baseada no molde da Universidade de Harvard, que está sendo implantada na USP, não partiu dos dirigentes, mas dos próprios estudantes.

Isso demonstra que as nossas universidades e dirigentes precisam mudar de postura sob pena de nossos alunos e a sociedade perderem o interesse por elas.

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