Financial Times diz que Mantega é Especialista no "Jeitinho Brasileiro"
"Se há uma palavra em português que você precisa aprender antes de ir ao Brasil é jeitinho." Assim começa um texto do blog Beyond Brics, do jornal britânico Financial Times, publicado na última noite, ao criticar o "jeitinho brasileiro".
Contra um crescimento fraco e uma inflação mais forte do que o esperado, o Financial Times diz que parece que o Banco Central e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, são favoráveis à adoção do jeitinho brasileiro.
Apesar da taxa Selic indicar 7,25% ao ano, os empréstimos interbancários, que costumam seguir a Selic de perto, operam a taxas muito menores. Em janeiro o DI marcava uma taxa de 6,93%. A diferença é mais que o dobro da média vista na última década, destaca notícia da Bloomberg, citada pelo Financial Times para corroborar a tese. Essa seria uma medida de dar mais estímulos à economia mesmo sem anunciar efetivamente mais um corte na taxa de juros, complementa a reportagem.
Mas esse não foi o único jeitinho. Na terça-feira foi veiculado aqui na imprensa brasileira que Mantega pediu ao prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que adie o aumento nas tarifas de ônibus para dar um alívio à inflação. "Mantega já é de algum modo um expert no jeitinho", destaca a notícia do Financial Times.
Em resposta, o prefeito de São Paulo disse nesta quarta-feira, na sede da prefeitura, que Mantega faz uma política de gestão, e não de jeitinho.
Entretanto, a publicação britância segue adiante e lembra também das manobras fiscais que o governo fez no início do ano para atingir a meta de superávit fiscal de 2012, em operações que envolveram a venda de ações do Fundo Soberano, antecipar dividendos de bancos estatais e descontar os gastos do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) das contas.
Críticas constantes
As críticas ao Brasil têm sido recorrentes na publicação britânica. Depois de satirizar a presidente Dilma Rousseff em um conto de natal, onde ela foi representada por uma rena de nariz vermelho, a publicação disse que o Brasil foi prematuro ao comemorar o posto de sexta maior economia do mundo (o Reino Unido retomou a posição no final do ano passado) e, mais recentemente, escreveu que o chão é o limite para o Brasil, ao comentar as revisões nas projeções do mercado para a economia.
Fonte: InfoMoney.
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