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terça-feira, 17 de abril de 2012

Balanços do Primeiro Trimestre Devem Refletir Recuperação da Economia, Mas a Passos Lentos



A temporada de balanços do primeiro trimestre, que começou ontem com as divulgações da locadora de veículos Localiza e da produtora de papel e papelão Celulose Irani, deve trazer o retrato de uma economia que começa a ensaiar recuperação, mas ainda a passos lentos.

A expectativa dos analistas é de resultados melhores do que os observados no quarto trimestre de 2011, quando a desaceleração da atividade doméstica e internacional pesou forte sobre os resultados das companhias, mas ainda longe do ritmo pujante do começo do ano passado.

Segundo José Francisco Cataldo, estrategista da Ágora Corretora, a melhora do ambiente externo, com a injeção de liquidez do Banco Central Europeu (BCE) e dados mais animadores da economia americana, deve trazer algum alívio ao balanço de exportadoras, como a Vale. A leve apreciação de 2,3% do dólar sobre o real em relação a dezembro também deve contribuir para as receitas dessas companhias.

Do lado das dívidas, Cataldo acredita que a valorização modesta da taxa de câmbio não deve ser suficiente para, sozinha, pesar sobre o desempenho das companhias com dívidas em dólar, como foi verificado no terceiro trimestre de 2011.

O peso da linha financeira também deve ser menor em empresas com dívidas em moeda nacional, por conta da redução da taxa Selic, iniciada em agosto. "Isso pode trazer algum alívio para frigoríficos e empresas de alimentos, por exemplo, que sofreram com altos níveis de endividamento no ano passado", avalia o estrategista.

O estímulo da queda da taxa básica de juros sobre o consumo, no entanto, ainda não deve ser observado no primeiro trimestre. De acordo com Cataldo, o aumento real de 7,5% no salário mínimo e a inadimplência em níveis sustentáveis garantirão o crescimento das receitas do setor no período. Contudo, um desempenho mais destacado deve ser observado apenas no segundo semestre.

As indicações das varejistas têxteis realmente sugerem um ritmo ainda morno neste começo de ano. Lojas Marisa, Renner, Guararapes e Hering já sinalizaram que as vendas seguem no mesmo patamar do fim do ano - e, nesse caso, promoções realizadas entre janeiro e março para desovar coleções antigas podem prejudicar margens.

O setor de construção civil também mostrará desaceleração, avalia Erick Hood, da SLW Corretora. As prévias de resultados operacionais divulgadas pelas principais incorporadoras já sinalizaram redução dos lançamentos e da velocidade de vendas.

Cataldo, da Ágora, no entanto, assinala que esse movimento é positivo, uma vez que as construtoras estão reduzindo o ritmo de oferta para ajustar estoques e ampliar as margens operacionais.

A Petrobras, que surpreendeu o mercado no quarto trimestre com lucro bastante abaixo das estimativas, deve seguir com margens apertadas, já que não houve repasse dos preços internacionais do petróleo para a cotação dos combustíveis no mercado interno, avalia Hood, da SLW.

Pedro Galdi, analista-chefe da SLW, chama atenção ainda para as companhias aéreas Gol e TAM, que também podem apresentar redução de margens, por conta do peso do câmbio sobre os custos e de uma política mais agressiva de redução de tarifas.

Fonte: Valor Econômico.

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