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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Capital Externo na BM&FBovespa Bate Recorde


O investidor estrangeiro parece não estar nem um pouco preocupado com a corrida ao Palácio do Planalto. Enquanto o Ibovespa oscila ao sabor das pesquisas eleitorais, o fluxo de capital externo rumo à BM&FBovespa não para de crescer e acaba de bater seu recorde histórico.

Segundo o último dado divulgado pela bolsa, os estrangeiros já compraram mais de R$ 21 bilhões em ações brasileiras neste ano, até sexta-feira (19). O montante supera os R$ 20,596 bilhões de capital estrangeiro que entraram na Bovespa em todo o ano de 2009, o maior fluxo registrado pela bolsa até agora.

Embora o Ibovespa acumule baixa de 7,7% em setembro, reflexo da reversão de expectativas sobre a corrida presidencial, diante da recuperação de Dilma Rousseff nas pesquisas, o fluxo de capital externo no mês está positivo em R$ 3,6 bilhões.

"O estrangeiro aparece quase sempre na ponta compradora. Ele é quem tem dado saída ao investidor local, que está mais focado na especulação eleitoral", comenta um experiente operador de uma corretora brasileira.

"O que o estrangeiro está fazendo no mercado brasileiro é arbitragem com taxa de juros", explica o executivo de uma grande corretora internacional. "Com o juro praticamente zero nos Estados Unidos e Europa, esse investidor busca rendimento aqui", afirma a fonte. Segundo esse executivo, a estratégia de investimento dos estrangeiros é toda "travada", ou seja, independe do rumo da bolsa. Para isso, os investidores utilizam combinações que envolvem ações, opções e derivativos, como o contrato futuro de Ibovespa.

"O estrangeiro está sempre hedgeado [protegido]. No fim das contas, o que ele faz é estabelecer uma taxa de juros de sua aplicação no período definido para aquela operação durar." Além do fluxo de capital externo no mercado à vista - compra direta de ações - outro termômetro muito observado pelos operadores para monitorar o posicionamento do estrangeiro é o saldo de contratos futuros de Ibovespa na BM&F.

Segundo o último dado da bolsa, o estrangeiro mantinha até segunda-feira (22) saldo de 68,5 mil contratos de compra de Ibovespa Futuro. Em outras palavras, a aposta predominante desse investidor ainda é de alta da bolsa.

Enquanto o estrangeiro segue na compra, a bolsa brasileira registrou ontem sua quinta baixa consecutiva, em meio ao clima de tensão no exterior e à volatilidade provocada pelas incertezas sobre a corrida presidencial.

O Ibovespa fechou em baixa de 0,49%, aos 56.540 pontos. O mercado - leia-se o investidor local - preferiu manter a cautela antes da divulgação de novos levantamentos sobre a corrida presidencial.

O mais aguardado, do Ibope, saiu após o fechamento da bolsa e reiterou o quadro observado em pesquisas anteriores: de empate entre Marina Silva e Dilma Rousseff no segundo turno. Nesta pesquisa, ambas aparecem com 41% das preferências de voto. Outra pesquisa divulgada ontem, logo na abertura da bolsa, foi produzida pelo instituto MDA. O levantamento também mostrou empate, porém com leve vantagem de Dilma (42%) sobre Marina (41%).

Para o gestor da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira, a reação do mercado à pesquisa MDA foi moderada porque os investidores já anteciparam na segunda-feira, com base em rumores originados de pesquisas "clones", que Dilma apareceria à frente de Marina. "Essa melhora de Dilma foi antecipada. Mas a bolsa deve continuar volátil porque temos mais pesquisas para sair nos próximos dias", comentou.

Entre as principais ações do Ibovespa, quase todas fecharam no vermelho: Itaú PN (-0,48%, a R$ 37,06), Petrobras PN (-2,23%, a R$ 20,13), Bradesco PN (-0,82%, a R$ 37,38) e Ambev ON (-0,30%, para R$ 16,39).

A exceção foi Vale PNA (0,71%, a R$ 24,04). A mineradora recuperou parte das perdas de segunda-feira, quando declarações do ministro das Finanças da China, Lou Jiwei, de que o governo chinês não fará mudanças drásticas em suas políticas apenas por causa da fraqueza de um indicador, deixaram os investidores preocupados.

Contrariando as expectativas, o índice de atividade (PMI) preliminar da China, medido pelo HSBC, avançou de 50,2 pontos em agosto para 50,5 pontos em setembro.

No noticiário corporativo, o destaque do dia foi o credenciamento para o leilão de licenças de serviços da quarta geração (4G) da telefonia móvel na faixa de 700 megahertz (Mhz). Quatro operadoras - Claro, Vivo, TIM e Algar Telecom (CTBC) - anunciaram sua participação na disputa, que acontecerá no dia 30.

A Oi decidiu não participar por considerar que a atual frequência, de 2,5 Mhz, já atende a necessidade de seus clientes e as obrigações de cobertura até 2017. "A Oi preferiu ser defensiva neste momento. Ao que parece, eles querem arrumar a casa antes de pensar em novos investimentos", avalia Pereira.

"Outra possibilidade é a Oi comprar ativos no futuro que possuam essa frequência. Vamos esperar os próximos passos de consolidação do setor." A Oi contratou o BTG Pactual no mês passado para avaliar uma proposta de compra da TIM e fatiamento da empresa entre as concorrentes Claro e Vivo. TIM ON subiu 1,18%, Oi PN ganhou 1,16% e Vivo PN caiu 1,02%.

A lista de maiores baixas trouxe Eletrobras PNB (-2,86%), PDG Realty ON (-2,43%) e Rossi ON (-2,38%). Na ponta positiva ficaram Marfrig ON (3,95%), Ecorodovias ON (2,92%) e Marcopolo PN (2,17%).

Fonte: Valor Econômico.

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