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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Burocracia e Desconfiança são Travas à Infraestrutura no Brasil


O financiamento não é o principal problema para fazer deslanchar as obras de infraestrutura no Brasil. O diagnóstico de executivos de empresas que atuam na área é que a burocracia e a desconfiança quanto ao cumprimento de contratos são o principal entrave ao investimento.

Presidente de uma das maiores construtoras do país, Marcelo Odebrecht disse que a exigência de garantias do investidor, para mitigar os riscos da construção e também os riscos políticos (do projeto ser abandonado quando muda o governo, por exemplo) dificultam a viabilidade dos projetos.

"O pessoal fala muito em financiamento, eu acho que dinheiro tem. O problema está nas garantias", afirmou.

Para ele, o entrave deve ser enfrentado porque o modelo de financiamento das obras está mudando. Em vez de um único fornecedor de recursos, normalmente um banco estatal, os projetos deverão ser bancados pelo mercado de capitais, uma vez que os recursos públicos são escassos.

"Com isso, vamos ter que resolver o prêmio de risco de construção e político", disse.

Odebrecht participou de debate, organizado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que reuniu executivos de empresas que atuam no setor e são fornecedores de equipamentos.

Representantes da Mitsubishi e da General Electric foram enfáticos na necessidade de dar confiança ao investidor de longo prazo de que seu investimento terá retorno.

"É preciso ter confiança de que o projeto vai ser viável no futuro como era no início, de que os contratos serão mantidos", disse Reinaldo Garcia, presidente da GE para a América Latina.

Segundo ele, existe interesse de fundos de investimento globais em investir em projetos na América Latina. "A pergunta que sempre vemos é: qual será a minha garantia de retorno?", disse.

Para Garcia, as PPPs (Parcerias Público-Privadas) são iniciativas ideais quando faltam gestão e financiamento. Porém, observou ele, um dos entraves das PPPs é que elas passam pela burocracia do governo.

"Não é a burocracia dos líderes, é a daquela pessoa que fica no cargo por muitos anos e que tem aversão a tomar risco. Em alguns países [como o Brasil], a decisão e a responsabilidade são da pessoa que está no cargo. Isso leva a um vai não vai e os projetos ficam parados naquele meio campo, afirma."

Outro executivo que participou do debate, Henk Jong, presidente da Phillips para a América Latina, afirmou, com espanto, que no Brasil há 4 mil PPPs que não saíram do papel.

"A América Latina tem uma necessidade enorme [de infraestrutura], tem dinheiro e tem vontade. Então, é preciso tentar fazer as coisas saírem do papel."

Fonte: Folha de São Paulo.


Meu comentário: este é um dos elementos mais presentes no "custo Brasil". Alguns especialistas justificam sua "necessidade de existência" devido à existência da corrupção do brasileiro. Por isso, precisaria-se de "amarras" para evitar desvios. Ou seja, para resolver um problema, precisamos cuidar do outro também!

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