O Nordeste Quer os Executivos Nordestinos de Volta
As empresas têm buscado mais executivos nordestinos devido à identidade cultural do povo da região. |
O fluxo de migração de executivos do Nordeste para o Sudeste e Sul do país está se invertendo. A crescente demanda de homens e mulheres de negócios capacitados está voltando o mercado para a região mais próxima da linha do Equador. E não basta ser capacitado. As empresas do Nordeste querem mesmo os nordestinos para ocupar cargos de gerência.
De acordo com Paulo Bivar, diretor regional responsável pela filial da recrutadora de média gerência Asap, em Recife (PE), as empresas do Nordeste preferem profissionais oriundos da região devido à sua identidade cultural. "As diferenças culturais são grandes entre pessoas do nordeste e norte e lugares mais ao sul. Aqui, não importa muito a empresa que você representa, mas quem você mostra que é". Bivar também explica que, no Nordeste, a proposta financeira não é o principal chamariz em um negócio. "As empresas querem que você conheça bem do trabalho delas para, depois, fechar o acordo".
Não é à toa que Paulo Bivar ocupa a posição de diretor regional da Asap no Nordeste. Ele nasceu em Recife e, depois de trabalhar por quatro anos em São Paulo, voltou às origens para instalar a sétima filial da empresa de recrutamento onde trabalha. A inauguração de uma unidade da empresa na região foi, na verdade, uma estratégia para facilitar o trabalho de trazer de volta os executivos que foram para outros estados e, assim, atender as empresas do local com mais precisão.
Há quatro meses, Bivar tem trabalhado em conjunto com as outras filiais para identificar e localizar os executivos mais capacitados nascidos no Nordeste e Norte espalhados pelo país. A partir daí, a empresa vai tentar atrair esses executivos para as empresas de sua terra natal.
Qualificação
Alguns podem perguntar: por que a Asap não aproveita os executivos que já estão no Nordeste para ocupar as posições existentes? Paulo Bivar responde que, com o recente crescimento econômico da região, há uma lacuna de profissionais capacitados na área. "As pessoas que ficaram dentro do Nordeste não tiveram as mesmas experiências e nem o crescimento individual de quem foi para outros lugares do país. Quem saiu e teve uma vivência mais dinâmica e desafiadora volta capaz de assumir esses novos desafios", justifica.
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