Confusão Proposital Envolve Fusão entre TAM e LAN
Ainda está confusa a união entre a TAM e a LAN Chile em relação à organização do capital e à compra. Mas é uma confusão proposital, porque a lei brasileira proíbe que companhias de aviação tenham mais de 20% de capital estrangeiro. Essa limitação, para mim, está ultrapassada, o mais importante é a eficiência e o Brasil está precisando de injeção de capital.
Mas ela está para ser alterada pelo Congresso. Há um projeto que prevê elevar para, no mínimo, 49% a participação de capital estrangeiro em empresas de transporte de passageiros. Tomara que se tome uma decisão mais liberal, mais ainda não está tomada.
Portanto, a operação fica toda esquisita, porque tem de apresentar como se não fosse compra, quando é. Hoje, o Valor Econômico fala em absorção da TAM pela LAN, mas ela não pode ser absorvida, senão, vira empresa estrangeira.
A Latam, a fusão das duas empresas, terá 71% de capital da LAN e 29% da TAM. Se o conjunto dos acionistas da primeira terá essa participação, ela será uma companhia chilena, e não brasileira. As duas famílias - Amaro e Cueto (a família dominante na LAN) - terão 38%, mas 24% serão da segunda. Também estão dizendo que a gestão será compartilhada, mas na verdade, as empresas têm valores de mercado totalmente diferentes.
Eles estão querendo apresentar a operação de uma forma muito confusa, exatamente para ninguém entender quem comprou quem. Está mal explicado, porque eles têm de contornar uma proibição legal, que está caduca e tem de ser revista.
Da perspectiva do consumidor, acho que tem de vir mais capital estrangeiro para cá para haver mais competição e melhorar o tráfego áereo de passageiros no Brasil.
Fonte: Blog da Miriam Leitão.
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