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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Petrobras Admite Realizar Baixas Contábeis por Corrupção


A Petrobras poderá realizar eventuais baixas contábeis em seus ativos de acordo com o tamanho das propinas pagas na contratação das obras, tomando como base provas entregues à Justiça no âmbito da operação Lava Jato, da Polícia Federal, disseram nesta segunda-feira os principais executivos da companhia.

Mais cedo, a estatal afirmou em nota que as recentes denúncias de corrupção --que levaram ao adiamento da divulgação do balanço financeiro do terceiro trimestre-- têm potencial para impactar as demonstrações contábeis da empresa.

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, confirmou preocupações de analistas sobre a necessidade de a empresa reconhecer perdas contábeis em ativos envolvidos nas denúncias de corrupção.

"O ativo pode dar o melhor retorno, mas, se há custo relativo à corrupção, obrigatoriamente você tem que baixar e descontar o valor", afirmou Graça Foster, como ela prefere ser chamada, a investidores e analistas, acrescentando também que a empresa vai buscar ressarcimento de valores onde identificar prejuízos.

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, comentou que "o foco maior é no ajuste devido a fatores de corrupção", mas ele destacou que "se os cálculos vierem dentro das expectativas não se espera efeito (das baixas contábeis) sobre dividendos".

Analistas temem redução de dividendos de ações ordinárias, considerando que a política de dividendos garante aos acionistas das preferenciais um pagamento mínimo.

As ações preferenciais caíam 2,6 por cento por volta das 15h20, as ordinárias recuavam 2,9 por cento, enquanto o Ibovespa caía 0,9 por cento.

Barbassa também tentou tranquilizar o mercado, que teme que, por conta do atraso no balanço do terceiro trimestre, a empresa venha a ser impedida de acessar mercados de bônus nos Estados Unidos, onde a companhia toma emprestada a maior parte do dinheiro para suas operações.

Ele disse que a Petrobras tem trabalhado com um caixa volumoso, o que dá à companhia um prazo superior a seis meses sem a necessidade de acessar mercados de dívida.

"Temos trabalhado com volumes muito elevados de caixa, e agora (essa estratégia) vem se provar medida positiva, porque nos dá um período superior a seis meses de operação sem acessar mercado de dívida", afirmou Barbassa a jornalistas, após conferência com investidores mais cedo.

Barbassa disse que não poderia dizer quanto a Petrobras tem em caixa.

O executivo afirmou ainda que empresa pode ajustar prazos para a divulgação de balanços para incorporar novas informações denunciadas.

Segundo ele, as companhia não divulgará informações do terceiro trimestre incompletas.

MÁS NOTÍCIAS NA PRODUÇÃO

Até mesmo quando um considerável aumento de produção anual poderia ser comemorado, com registro de recorde em outubro, surgem informações que acrescentam ressalvas às conquistas da estatal.

A Petrobras informou nesta segunda-feira que sua meta de aumentar a produção de petróleo no Brasil em 2014 em cerca de 7,5 por cento não será cumprida, alegando atrasos na entrega de plataformas próprias e necessidade de obras, entre outros fatores.

A petroleira estabeleceu, ainda no início do ano, uma meta de elevar seu bombeamento em 7,5 por cento ante 2013, com margem de um ponto percentual para mais ou para menos.

No entanto, agora companhia estima aumento de 5,5 a 6 por cento na produção este ano, segundo a apresentação feita a analistas, no Rio de Janeiro.
Em 2013, a Petrobras produziu em média 1,931 milhão de barris de petróleo por dia no país.

Em agosto, uma fonte do governo federal já havia dito à Reuters que a Petrobras não conseguiria atingir sua meta devido a atrasos na entrada em operação de algumas plataformas.

Até pelo menos setembro, membros da diretoria da Petrobras ainda insistiam que a meta de produção estabelecida no início do ano seria cumprida.

Fonte: Exame.

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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Auditoria Externa não vai Assinar Balanço da Petrobrás



A auditoria PriceWaterhouseCoopers decidiu que não vai assinar nenhuma demonstração contábil da Petrobrás até que a companhia conclua as investigações internas abertas para apurar denúncias de corrupção, surgidas nos acordos de delação premiada da Operação Lava Jato. Na quinta-feira, 13, depois de revelado pelo estadão.com.br e pela Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que a Price não daria seu aval para as informações contábeis trimestrais da empresa, a Petrobrás informou que não divulgará seu balanço nesta sexta-feira, 14 – data-limite segundo as regras de mercado.

De acordo com comunicado enviado na noite de quinta, ao mercado, a empresa informou que vai divulgar os resultados no prazo “mais breve possível” e estimou a data em 12 de dezembro. A Petrobrás informou também que a divulgação dos dados será feita sem a revisão pelos auditores externos – o que não ocorre normalmente com empresas de capital aberto, com ações negociadas na Bolsa.

De acordo com as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM, xerife do mercado brasileiro), as empresas de capital aberto têm até esta sexta, 14, para Questionada sobre o fato de uma empresa negociada na Bolsa de Nova York adiar a publicação de balanço, a SEC (responsável pela fiscalização do mercado americano) informou que, em tese, a não entrega de documentos pode levar à suspensão de negociação das ações por até dez dias úteis. A SEC também está investigando as denúncias de desvios na Petrobrás.

O Estado apurou que os auditores decidiram não assinar a demonstração contábil da empresa por temerem os impactos que a eventual comprovação dos desvios denunciados pelo ex-diretor da empresa Paulo Roberto da Costa possa ter sobre os números. Se alguma obra foi superfaturada, a estatal terá de descontar de seus ativos o valor desviado.

Controles internos

Para assinar qualquer balanço da empresa daqui para a frente, além da conclusão das investigações, a auditoria vai exigir que a companhia comprove que os controles internos são capazes de detectar e barrar irregularidades em outras diretorias. Por enquanto, a Petrobrás investiga possíveis irregularidades nas obras do Comperj, no Rio, e da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco.

No início do mês, a auditoria já havia informado ao conselho de administração da Petrobrás que não poderia aceitar nenhuma informação prestada pela subsidiária Transpetro enquanto fosse presidida por Sérgio Machado, também investigado na operação Lava Jato. O executivo acabou sendo afastado da função por este motivo. Machado foi acusado de ter uma evolução patrimonial incompatível com
seu cargo.

A Price informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que em razão de cláusulas de confidencialidade não pode fazer nenhum comentário sobre seus clientes.

Fonte: Estadão.

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Petrobras Cita Investigação e Adia Balanço em um Mês



A Petrobras confirmou ontem à noite que não vai divulgar hoje o resultado do terceiro trimestre do ano junto com o relatório de revisão da PwC, sua auditoria externa. Termina nesta sexta o prazo oficial dado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a apresentação das demonstrações contábeis do período. A companhia informou que estima que conseguirá publicar o balanço apenas em 12 de dezembro, e mesmo assim sem o parecer de revisão da PwC.

A Petrobras reconheceu, em nota, que o atraso se relaciona com os efeitos da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, que investiga denúncias de desvios bilionários de recursos na Petrobras.

A companhia disse que, antes de apresentar seus números, precisa aprofundar as investigações, fazer possíveis correções nos saldos do balanço e avaliar melhorias nos controles internos.

"Como é de conhecimento público, a Petrobras passa por um momento único em sua história, em face das denúncias e investigações decorrentes da 'Operação Lava Jato' conduzida pela Polícia Federal, na qual o ex-diretor de Abastecimento da Companhia, Paulo Roberto Costa, foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa e está sendo investigado pelos crimes de corrupção, peculato, dentre outros", afirmou a empresa na nota. A Petrobras disse que, considerando o teor do depoimento de Costa à Justiça Federal, em 8 de outubro, quando ele fez declarações que, se verdadeiras, "podem impactar potencialmente as demonstrações contábeis da companhia", a Petrobras vem adotando diversas providências que visam ao aprofundamento das investigações.

A Petrobras reiterou que celebrou contratos com dois escritórios de advocacia independentes especializados em investigação: um brasileiro, Trench, Rossi e Watanabe Advogados; e outro americano, Gibson, Dunn & Crutcher LLP, tendo por objetivo apurar a natureza, a extensão e os impactos dos atos que "porventura tenham sido cometidos no contexto das alegações feitas" por Costa, "bem como apurar fatos e circunstâncias correlatos que tenham impacto relevante sobre os negócios da companhia". Segundo a estatal, a contratação foi recomendada pelo Comitê de Auditoria em conformidade com as melhores práticas internacionais e autorizada pela diretoria executiva da Petrobras.

Antes da divulgação da nota, circularam ontem informações de que a PwC não iria assinar as informações trimestrais do balanço da petroleira. Segundo o Valor apurou, o argumento seria o de que, desde que a PwC se recusou a assinar o balanço, na sexta-feira passada, o processo de investigação iniciado pela Petrobras, com a contratação dos dois assessores externos, não teve tempo de avançar. As ações oscilaram ontem e terminaram o dia em queda. A ação preferencial caiu 3,61%, cotada a R$ 13,60, e a ação ordinária teve perda de 2,81%, a R$ 13,16. Procurada, a PwC disse que não faz comentários sobre seus clientes. [1]

No mercado, a projeção média de três bancos e uma corretora ouvidos pelo Valor é de que a receita da Petrobras no terceiro trimestre do ano ficou em R$ 86,8 bilhões, com alta de 11,71% em relação à receita realizada pela companhia no mesmo período do ano passado, de R$ 77,7 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) médio projetado pelas quatro casas para o terceiro trimestre foi de R$ 18,9 bilhões, 44,4% acima dos R$ 13 bilhões do período julho-setembro de 2013. E o lucro líquido médio projetado para a empresa pelos bancos ficou em R$ 4,5 bilhões, alta de 32,58% sobre os R$ 3,39 bilhões obtidos pela estatal no terceiro trimestre do ano passado. As projeções incluem Goldman Sachs, Itaú BBA, Morgan Stanley e Bradesco.

Cabe notar que a empresa é "dona" de seu balanço e pode divulgá-lo quando e como bem entender. A questão é que, para empresas de grande peso no mercado, como é o caso da Petrobras, divulgar os números sem o aval dos auditores, ou com uma posição contrária deles, é algo que pesa na reputação.

A decisão da companhia de divulgar seus números com atraso, no dia 12 de dezembro, e mesmo assim sem o parecer, mostra que não apenas os auditores, mas também a sua alta administração, não está confortável em assinar o balanço sem mais informações.

A sanção imediata da CVM para atraso na divulgação de balanços é uma multa de R$ 500 por dia de atraso. Penas mais severas, como suspensão de negociação das ações, só ocorrem após um ano de atraso. Nos Estados Unidos, as empresas estrangeiras também podem ser processadas por atraso na divulgação de informações, mas quando se trata do documento de informações anuais (20-F). A Bolsa de Nova York também prevê sanções, depois de nove meses de atraso.

[1] Efeito Arthur Andersen: já há quem afirme que a possível recusa da PWC em assinar um balanço duvidoso lembre o caso Enron e a auditoria Arthur Andersen. Naquela ocasião a auditoria validou as demonstrações contábeis fraudadas da Enron e, assim como a contratante, a auditoria perdeu credibilidade e faliu pouco tempo depois. Mesmo que a Petrobrás seja a maior cliente do mercado brasileiro, a PWC tem cliente maiores no mundo inteiro e um nome a zelar. Será que veremos uma rara Opinão Adversa de uma audioria no Brasil? É pagar para ver!

Fonte: Valor Econômico.

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