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sábado, 12 de março de 2011

‘Economist’ Sugere que Empregadores Tomem Cuidado com o Brasil



“Cuidado, empregador” é o título de uma reportagem sobre o Brasil na edição desta semana da revista britânica “The Economist”. O texto expõe aos estrangeiros as principais críticas dos empresários brasileiros às leis trabalhistas. Chama a legislação brasileira de “arcaica”, diz que é derivada de Mussolini e afirma que ela prejudica tanto empresas como empregados.

Mas traz duas novidades interessantes. A primeira: a “Economist”, uma revista liberal, defende o sindicato dos metalúrgicos do ABC, em São Paulo, frisando que é de lá que saiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Recentemente, a causa pela reforma [trabalhista] ganhou um aliado surpreendente: justamente o sindicato que Lula uma vez liderou”, escreve a “Economist”. A entidade quer que o trabalhador brasileiro tenha o direito de negociar redução de salários em momentos de crise, para evitar demissões, como ocorre em outros países.

A outra novidade do texto é abordar o impacto do câmbio na folha de pagamento. Não são apenas as leis trabalhistas que afugentam alguns empresários estrangeiros. Algumas companhias preferem atrelar o salário dos empregados à moeda do país de origem. Como o real está se fortalecendo, o funcionário que recebe, por exemplo, em dólar, vê o seu poder de compra diminuir a cada mês aqui no Brasil.

Como consequência, os funcionários depois de pouco tempo saem da empresa. Segundo uma consultora entrevistada pela revista, isso leva alguns investidores a desistirem do Brasil. Isso acaba tendo um lado bom para o empresário brasileiro: “Significa menos competição [com os estrangeiros], e lucros maiores”.

Além de abordar esses dois pontos, a revista conta a história de três empresários que compraram uma rede de farmácias e descobriram que quatro ex-empregados cobravam US$ 500 mil da companhia, referentes a férias e horas-extras. Os novos donos não tinham os registros de pagamento e por isso a Justiça congelou a conta bancária da empresa. Resultado: a rede de farmácias teve que demitir 35 funcionários para sobreviver a essa briga trabalhista.

Fonte: O Estadão.

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