Caixa Processa Auditores do Panamericano
A Caixa Econômica Federal prepara um processo de responsabilização extrajudicial contra os auditores que não perceberam o rombo do Panamericano, disse o vice-presidente de Finanças, Márcio Percival. O objetivo é descobrir como o desfalque não foi descoberto no processo de compra de uma participação no banco pela Caixa, em 2009.
O processo deve envolver a KPMG, que analisou os números a pedido da Caixa durante a compra, e o Banco Fator, que assessorou a operação, disse Percival. "Estamos avaliando onde foi o erro". Segundo o executivo, o contrato de compra do Panamericano assinado pela Caixa prevê a opção de cancelamento do acordo caso seja comprovada alguma fraude.
A Caixa calcula que terá de injetar entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões no Panamericano. O valor foi divulgado pela presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho, durante a apresentação do balanço da instituição. Segundo a executiva, "a Caixa tem o compromisso de dar o suporte necessário para que o Panamericano execute muito bem suas atividades".
A Caixa tem 49% do capital votante e 36% do capital total do Panamericano, envolvido em um escândalo financeiro que, estima-se, causou um rombo nas contas de R$ 4,3 bilhões. Para não quebrar, o banco foi socorrido pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Há várias hipóteses, segundo Maria Fernanda, para que esses recursos sejam injetados no Panamericano. Entre elas está a compra de carteiras de crédito e de certificados de depósitos bancários (CDBs) emitidos pelo Panamericano, comprado recentemente pelo BTG Pactual.
De acordo com Marcos Vasconcelos, vice-presidente de Controle e Risco da Caixa, os números do Panamericano só vão ser consolidados pelo banco federal no balanço do primeiro trimestre deste ano.
Balanço
A Caixa teve um lucro líquido de R$ 3,8 bilhões em 2010. O crescimento foi de 25,5% em comparação a 2009. As operações de crédito do banco foram as que mais contribuíram para o bom desempenho. A carteira de empréstimo fechou dezembro com saldo de R$ 175,8 bilhões, aumento de 41,3%. As concessões de crédito somaram R$ 194 bilhões e foram recordes.
A área habitacional também teve um resultado importante. As contratações, que somaram R$ 77,8 bilhões, aumentaram 57,2% na comparação com os números de 2009.
O banco responde por 70% do financiamento habitacional do Brasil. A região com maior crescimento no crédito imobiliário foi a Norte - um aumento de 141,6% de 2009 para 2010.
Fonte: O Estadão.
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