Auditoria 2.0
A pesquisa anual da PricewaterhouseCoopers (PwC) “Tendências da Auditoria Interna”, em sua última edição, concluiu que, para permanecerem relevantes e atenderem às demandas dos stakeholders, os departamentos de auditoria interna devem evoluir para um patamar que ofereça, a acionistas e administradores, o monitoramento da gestão de risco nos negócios.
A pesquisa introduziu o conceito “auditoria 2.0”, que, segundo a Price, foca em riscos estratégicos e governança, e não apenas em controles financeiros e de compliance. “O novo conceito aponta para uma visão mais moderna, pois considera fortemente a antecipação de temas críticos, a alavancagem da qualidade dos trabalhos via emprego de tecnologia, a defesa da qualidade dos produtos e serviços da empresa, a gestão de talentos e a sustentabilidade”, diz o documento. Os resultados da pesquisa demonstram justamente que essas questões ocupam pouco espaço na agenda dos departamentos de auditoria interna.
A gestão dos riscos estratégicos, a partir da crise financeira mundial de 2008, continua sendo uma preocupação relevante para os acionistas e gestores empresariais. Nesse sentido a pesquisa da PwC indica que os departamentos de auditoria interna são os mais bem preparados – considerando sua visão holística, grau de penetração e conhecimento acumulado de toda a empresa – para atuar como consultoria de riscos estratégicos com os diversos stakeholders.
“A crise financeira de 2008 intensificou a revisão das práticas de gestão de riscos das empresas. Como muitos caracterizaram a crise como consequência de uma má gestão de riscos, líderes empresariais de todos os setores estão procurando aprimorar sua capacidade de gestão de riscos como um todo, de forma a se prepararem melhor para um ambiente de negócios cada vez mais desafiador”, afirma Manuel Araújo, sócio de auditoria interna da PwC.
Ainda segundo Araújo, “as necessidades e expectativas dos stakeholders, à luz das responsabilidades dos auditores internos, nunca foram tão elevadas. A questão é se a auditoria interna está respondendo à altura. Na pauta do dia, temos o desafio de construir um consenso para um papel expandido e mais estratégico da função de auditoria interna”.
Foram identificadas pela pesquisa três áreas críticas em que os executivos de auditoria interna acreditam que tenham mais espaço para o amadurecimento: antecipação de riscos e problemas críticos; alinhamento da proposição de valor com as expectativas dos stakeholders; e a comparação da atual estrutura de recursos humanos da auditoria interna com sua proposta de valor.
“A pesquisa mostra que, para que os departamentos de auditoria interna assumam seu papel de protagonistas na identificação, avaliação e gestão de riscos estratégicos, seus principais colaboradores precisam ter competências e habilidades que permitam identificar, de forma precisa, os potenciais focos problemáticos; analisar e sintetizar grandes quantidades de dados e informações; e empregar tecnologia para apoiar as empresas nos seus desafios em um ambiente competitivo”, diz Araújo.
O levantamento foi realizado no último trimestre de 2009 e contou com a participação de mais de dois mil executivos de auditoria interna de mais de 50 países, sendo que, no Brasil, 70 empresas participaram da pesquisa.
Fonte: Razão Contábil.
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