US$ 880 Bi no Pré-Sal: Estudo da FGV Revela 40 Bilhões de Barris a US$ 22
Estudo encomendado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas nesta terça-feira projeta o custo para extração e produção na região do pré-sal em US$ 22 o barril.
Levando em conta o preço do barril a US$ 75, o estudo teve como base informações coletadas com o governo, Petrobras e instituições financeiras, informou o economista responsável pelo trabalho, Marcio Lago Couto, superintendente de Projetos da FGV.
A chamada camada pré-sal é uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina, abaixo do leito do mar, e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos).
Na avaliação feita pela FGV, as reservas do pré-sal seriam de 40 bilhões de barris de óleo equivalentes, com produção estimada para o período de 40 anos. Multiplicada pelo valor de extração e produção (US$ 22 o barril), os investimentos necessários seriam de US$ 880 bilhões.
Segundo Couto, o objetivo do estudo foi mostrar que, pelo tamanho dos investimentos, o país perderia se a Petrobras fosse aprovada como operadora única da região do pré-sal na votação do novo marco regulatório do setor em tramitação no Congresso.
"Em um cenário de múltiplos operadores, há maior competição e isto incentiva a inovação em indústrias de tecnologia de ponta, aumentando o investimento e proporcionando uma operação a custos competitivos", avalia Marcio Lago Couto, superintendente de Projetos da FGV e responsável pelo estudo.
De acordo com o estudo, a existência de um operador único pode atrasar a exploração e produção na região e causar prejuízo de R$ 53 bilhões para o Brasil por ano de atraso.
As simulações feitas pelos economistas da FGV apontam que as perdas podem chegar a 5,5% do Produto Interno Bruto em três anos de atraso, "o que ilustra os riscos econômicos de um modelo centralizador de investimentos em exploração e produção nesta nova província petrolífera", afirma o estudo.
A FGV usa exemplos como os campos de Peregrino e Polvo, que depois de serem devolvidos pela Petrobras à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), foram a leilão em 2000 e desenvolvidos com sucesso. "Nos dois casos, foi declarada a comercialidade dos campos após investimentos milionários nos poços", informou o economista.
Fonte: Folha de São Paulo.
0 comentários:
Postar um comentário